Os agentes penitenciários cruzam os braços, logo mais, a partir das 14h, por tempo indeterminado. A notificação, feita pelo sindicato da categoria ao governador Silval Barbosa, aponta que os servidores estão “dispostos a continuar prestando serviços, apesar dos problemas e dificuldades encontradas no ambiente de trabalho, desde que tenham os direitos respeitados”. A decisão foi tomada em assembleia, na segunda-feira (22), depois de rejeitarem a proposta do Governo do Estado com relação a pauta de reivindicação.
A orientação do Sindicato dos Servidores Penitenciários de Mato Grosso (Sindspen) é para os profissionais ficarem em frente a unidade que trabalham de braços cruzados, com o objetivo de chamar atenção para o movimento.
A paralisação atinge 65 unidades prisionais. Em Sinop, por exemplo, são 57 agentes divididos por plantões, somente 30% destes permanecerão trabalhando, cerca de cinco servidores. O presídio Osvaldo Florentino Leite, o “Ferrugem”, tem atualmente cerca de 700 detentos, sendo a capacidade para 350.
Em abril, quando a categoria também deliberou greve. O diretor da unidade, Pedro Ferreira Martins Filho, e o representante do Conselho Deliberativo Estadual, Divino Carlos Diolindo Almeida, cogitaram pedir apoio ao juiz corregedor, João Manoel Guerra, ao promotor de execução penal, Thiago Angelini, e a Polícia Militar. Na ocasião, Divino chegou a dizer que “o clima estava muito tenso e havia muita preocupação, já que os presos não estavam recebendo visitas e tendo banho de sol”.
Em Sorriso, conforme Só Notícias já informou, 29 agentes do Centro de Ressocialização vão aderir a greve. Durante a paralisação, no início do ano, nove detentos conseguiram fugir da unidade.
Serão mantidos os serviços de alvarás; entrega de alimentação; medicamentos, escolta emergencial; ronda e vigilância; escolta para velório de parente;
Não haverá atendimento aos advogados; banho de sol; recebimento de preso; recebimento de compras; visitas; assistências penais (educacionais, laborativas, religiosas); atendimento interno a saúde, exceto urgência e emergência; escolta.
Os profissionais querem 75% de reposição salarial, sendo dividido em três vezes (sendo 20%, 25% e 30%). O governo propôs 5% para o próximo anos e 5% para 2015.
O governo nomeou 305 agentes, sendo 42 para Sinop. Os profissionais recebem treinamento para depois assumir o cargo.
Em Mato Grosso, são 2,2 mil servidores divididos entre agentes penitenciários, assistentes e profissionais de saúde de nível superior, entre médicos, psicólogos, dentistas e outros.