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Valdivia irrita Kleina: "Precisam parar de passar a mão na cabeça"

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Valdivia já treina com o Palmeiras desde segunda-feira, mas os quatro dias de atraso na reapresentação para a pré-temporada ainda não foram bem aceitos por Gilson Kleina. Em sua primeira entrevista coletiva no ano, o técnico aumentou o tom de voz sempre que precisou citar o nome do meia. E prometeu tratá-lo como qualquer outro para discipliná-lo.

"Tem que parar de passar a mão na cabeça de alguns jogadores. Aqui a disciplina funciona para todos, não para alguns. Às vezes, adotam outros parâmetros para alguns. É louvável treinar nas férias, mas e se acontecesse com um jogador sem tanta referência? Seria da mesma maneira?", apontou, admitindo que conversou pouco com o chileno – mas mais do que o presidente Arnaldo Tirone, que nem falou ainda com o jogador.

"Em todos os clubes por que passei, a conduta de ser profissional e disciplina é inerente à filosofia do clube e meu comando. Por onde passei, não tive esses problemas", continuou Kleina, sem aceitar os exames e fotos que o camisa 10 usou para provar ter treinado nas férias. "Este modelo não pode ser aplicado. Se a moda pega, cada um chega um dia e mostra seus documentos."

O treinador considerou a atitude de Valdivia um desrespeito ao Palmeiras, aos colegas e aos seus profissionais. "Se foi estabelecida uma data, um planejamento, tem que ser respeitado. A marca não pode ser menor do que nós, não podemos ser maior que este distintivo. O Palmeiras continua maior sempre", esbravejou.

"É louvável o Valdivia ter treinado nas férias, vamos enaltecer, mas não concordo com o modelo. Não posso compactuar com um atleta da nossa instituição não comunicando os profissionais da instituição que se dedicam e fazem de tudo para os atletas atingirem sua melhor forma", defendeu o técnico.

"Cabe procurar profissionais de sua confiança, não tem problema, mas temos que dar satisfação para o clube que você representa, para os seus superiores. E a medicina esportiva no Brasil é referência, temos profissionais aqui muito capacitados comandados pelo doutor Rubens Sampaio", elogiou.

A justificativa usada pelo meia de que ninguém acreditaria que ele treinava nas férias não é aceita. "Se eu não tiver uma relação de verdade com meu jogador, com quem vou ter? Meu sonho depende do Valdivia. Se eu não puder confiar nele, confio em quem?", indagou. "Fatos têm que ser ditos: a musculatura veio diferente, então trabalhou mesmo. Ele está em uma condição aceitável. Provou que trabalhou, mérito."

Kleina acredita que o astro perdeu a chance de ganhar o aval para trabalhar na clínica chilena sem causar problemas internos – o jogador foi multado por suas faltas. "Se fosse comunicado, os profissionais que aqui estão iam entender e até passar informações, dar subsídios. E quem trabalhou lá o fez da melhor maneira. Mas não podemos entender que tem que ser dessa forma", reforçou o treinador.

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