O Flamengo vinha de cinco vitórias consecutivas, era a equipe que mais subiu posições na tabela no returno e viu o sonho de disputar a Copa Libertadores se tornar algo concreto. Para isso, no entanto, precisaria passar pelo confronto direto com o Cruzeiro, que atravessa sua pior fase no ano, não conhecia um êxito haviam sete jogos e ficou de fora do G-4 após 17 rodadas.
Cenário que parecia fácil para os cariocas, se não fosse Roni. O atacante, barrado dos titulares há dois jogos, ganhou nova chance com o ameaçado técnico Dorival Júnior e teve papel fundamental na vitória por 3 a 1 da Raposa sobre o Rubro-negro, resultado que quebrou o jejum e recolocou os mineiros na zona de classificação para a Libertadores, no complemento da 35ª rodada do Brasileirão, no Mineirão.
O resultado deixou os mineiros na terceira colocação com 57 pontos, dois de vantagem sobre o Fla, agora fora do G-4 na quinta colocação. Na próxima rodada, o Cruzeiro tenta manter a boa fase diante do Internacional, sábado, no Beira-Rio. A seqüência final ainda prevê duelos contra Sport (f) e América-RN (c). O Rubro-negro recebe o Santos, domingo, no Maracanã, e ainda joga com Atlético-PR (c) e Náutico (f).
O dia foi todo de Roni. Com a tarja de capitão novamente sob seus ombros (sinal do respeito que tem dos companheiros), buscou jogo desde os primeiros minutos. Sua primeira chance concreta veio apenas aos 13, quando o atacante recebeu um passe colocado de Wagner, invadiu a área e arrematou cruzado, raspando a trave direita de Bruno.
A impaciência da torcida, que chamou os jogadores de pipoqueiros na sexta, pesava contra, mas a desunião durou pouco. Aos 25, Roni invadiu a área e acabou atropelado por Juan. Pênalti marcado e convertido pelo atacante, que marcou o seu 11º gol no Brasileirão e se tornou o artilheiro celeste na disputa.
Contra seu ex-clube, Roni parecia disposto a se vingar das vaias recebidas no Maracanã. Diante de um Flamengo irreconhecível, a disposição celeste – e em particular de seu capitão – trouxeram novos apuros aos 28. Guilherme arrancou em velocidade e tocou curto para o craque do dia, que girou em cima da marcação e por pouco não acertou o ângulo direito de Bruno.
Aos 38, contudo, Roni não desperdiçou outra chance. Improvisado na lateral esquerda, Jonathan foi buscar o jogo pela direita, recebeu passe e saiu com a bola dominada. Após driblar toda a marcação, rolou rasteiro para o centro da área, onde o atacante chegou batendo forte para marcar.
O Flamengo pouco ameaçava. A única chance da equipe no primeiro tempo foi uma cabeçada de Thiago Salles aos 41 minutos. Entretanto, na volta do intervalo, o técnico Joel Santana colocou Renato Augusto e Roger em campo, o que deu um novo ânimo ao Rubro-negro. Aos cinco, Renato Augusto arriscou um chute de longe, mas a zaga desviou o perigo.
Quando os cariocas esboçavam uma reação, contudo, o Cruzeiro definiu as coisas. Aos 13, após rápida jogada de contra-ataque, Charles recebeu passe longo no ataque, dominou sozinho e emendou um forte chute de fora da área, que entrou no canto esquerdo de Bruno e sacramentou a vitória.
O Flamengo não vence o Cruzeiro no Mineirão desde 2001 e, sem tempo de quebrar esse tabu, buscou outros recordes a serem batidos. Aos 21, Roger cobrou falta com categoria e marcou o primeiro gol de falta do Fla neste Brasileirão. Era um passo, que acabou não rendendo mais nada. O dia era azul em BH e a torcida reatou com os jogadores pela Libertadores. A crise acabou e até o drible da Foca voltou a ser exibido por Kerlon, mostrando que o Cruzeiro está de volta à briga por uma vaga na competição continental.