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Atlético MG perde, passa sufoco, mas encerra jejum de sete anos

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Foi do jeito que a massa gosta: sofrido, suado e disputado até os minutos finais. Para quem esperava ver um simples amistoso de luxo neste domingo, no Mineirão, o Cruzeiro cumpriu sua promessa de atuar com dignidade e venceu o rival Atlético-MG por 2 a 0. Um placar longe de igualar os 4 a 0 impostos pelo Galo na semana passada. O Alvinegro volta a conquistar o título do Campeonato Mineiro após sete anos.
É o 39ª título estadual da história atleticana e ele está longe de ser considerado fácil. O Galo penou com o fantasma do rebaixamento nas rodadas iniciais, conseguiu a recuperação justamente após uma vitória sobre a Raposa e entra no Campeonato Brasileiro disposto a mostrar que a passagem pela Série B em 2006 foi acidente de percurso.

Mesmo assim, a equipe penou neste domingo, viu o rival machucado querer se vingar e teve encerrada sua seqüência de 16 partidas seguidas da equipe titular. Para o Brasileirão, fica a esperança em manter o técnico Levir Culpi, muito ovacionado pela massa momentos antes do início da partida. A ‘homenagem’ fez o treinador ir às lágrimas em pleno gramado. Mesmo em festa, o Alvinegro volta suas atenções para quarta, quando faz o duelo de volta com o Botafogo pelas quartas-de-final da Copa do Brasil, no Maracanã.

Com uma nova disposição, a vitória ameniza um pouco o clima conturbado que o Cruzeiro viveu após a goleada da última semana. Os dois gols saíram na etapa inicial e de jogadores formados nas categorias de base, Guilherme e Wellington, a nova aposta da Raposa para a seqüência da temporada. Os celestes voltam a campo apenas no dia 12, quando enfrentam o Fluminense no Maracanã, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro.

A principal preocupação de Levir Culpi durante a semana era conter a euforia atleticana e o clima de oba-oba criado após a goleada de 4 a 0 sobre o rival no primeiro jogo. Por conta disso, o treinador admitia que sua dúvida estava em manter o sistema com dois atacantes ou repetir a tática usada em outras ocasiões e promover a entrada de um volante para dar maior segurança defensiva. A cautela do comandante alvinegra se mostrou correta.

Sem poder contar com Galvão, pego de surpresa com uma indisposição estomacal, o Galo foi presa fácil do Cruzeiro nos primeiro minutos. Ricardinho e Léo Silva perderam boas chances nos instantes iniciais, mas aos oito minutos, o garoto Guilherme não perdoou. Nenê venceu disputa por bola na ponta direita, levantou a cabeça e cruzou longo. A bola passou por toda a área e sobrou para o atacante, que dominou e chutou de longe para marcar.

Era uma nova Raposa, mais astuta e perigosa em campo. Aos Alvinegros restavam o contra-ataque, mas a pontaria do último domingo mostrava ser coisa do passado. Logo após o gol, Danilinho desviou cruzamento na medida e a bola parou na rede pelo lado de fora. Aos 17, Éder Luís alçou na medida para o meia-atacante, que subiu mais que Lauro, mas mandou por cima do travessão.

Repleto de garotos das categorias de base e mostrando uma motivação estranha à sua própria torcida, minoria no Mineirão, o Cruzeiro seguia melhor em campo. Aos 15, Araújo recebeu passe enfiado, dominou de costas e rolou curto para trás. Ricardinho chegou batendo e a bola saiu à direita de Diego. Sete minutos depois, Fábio Santos experimentou de fora da área e raspou a trave do arqueiro alvinegro.

O Atlético estava diferente e a massa sentiu o golpe. O gol começou a ser superado dentro de campo aos poucos, mas seguia perdendo boas chances. Coelho, Danilinho, Éder Luís e até Vanderlei, substituto de Galvão, desperdiçaram chutes e cabeçadas na cara de Lauro. Melhor para os desacreditados celestes, que novamente fizeram a festa da minoria no Mineirão.

Primeiro foi Nenê, aos 31, quem desviou cruzamento na segunda trave e viu Marcos salvar a pátria atleticana com a nuca. Aos 43, contudo, a sorte vestiu azul de novo. Gabriel cobrou escanteio da direita, Diego caiu antes e o zagueiro Wellington, que estreava nos profissionais celestes, ficou livre para subir e ampliar a vantagem da Raposa.

O segundo tempo prometia ser de vantagem cruzeirense, mas novamente um zagueiro do clube pôs tudo a perder. No último minuto de jogo, Luizão tentou chutar Vanderlei enquanto tentava formar a barreira e acabou levando o vermelho direto. Mesmo assim a Raposa assustou. Aos três, Ricardinho cobrou falta com efeito e Diego fez boa defesa para salvar.

A esperança celeste, entretanto, durou pouco. Sem opções, o interino Emerson Ávila teve de recuar seu time e viu o Atlético ir para cima com pressão total. No primeiro minuto, Marcinho bateu sem ângulo e assustou. Levir sacou Vanderlei para a entrada de Germano e o volante assustou na primeira jogada, aos sete, quando finalizou de fora da área e mandou por cima do travessão. Dois minutos depois, o jogador fintou dois adversário, invadiu a área e chutou para fora.

O comandante alvinegro apostou na velocidade de seu trio Marcinho/Éder Luís/Danilinho e ainda reforçou o poderio ofensivo com a entrada de Tchô. As jogadas apareceram, mas não eram concluídas da maneira. O pior foi aos 19, quando o Galo errou três jogadas seguidas, todas bem defendidas por Lauro, para desespero da massa.

Ao mesmo tempo, a Raposa ia se conformando em perder o título, mas isso não impedia novas investidas. Aos 16, Nenê subiu mais que a zaga, da marca do pênalti, e cabeceou para baixo. Diego salvou em cima da linha. Pouco depois, uma jogada inesperada quase pôs tudo a perder para o Galo. Ricardinho cobrou falta muito fechada e a bola raspou caprichosamente na trave antes de sair. Aos 25 foi a vez de Gabriel assustar. Mesmo assim, a festa foi atleticana, em jogo de final pouco emocionante e que fez o Mineirão vibrar com os gritos de ‘é campeão’.

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