A inclusão dos portadores de necessidades especiais na sociedade é um dos objetivos da Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego e Cidadania. Dentro deste foco, a Fundação de Promoção Social (Prosol), órgão vinculado à Setec, participou, ontem à noite, do IV Festival Estadual Nossa Arte, promovido pela Federação Estadual das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Mato Grosso, no auditório do Cefet, em Cuiabá.
Participaram do evento APAEs de 16 Municípios do Estado, que apresentaram os trabalhos dos alunos em cinco categorias: artes visuais, artes cênicas, dança, artes literárias, artes musicais, dança folclórica e artesanato. Os finalistas de cada uma destas modalidades irão participar do Festival Nacional Nossa Arte, em Palmas (TO).
O Festival Estadual Nossa Arte ocorre de dois em dois anos e o processo geral se dá em quatro etapas: primeiro os alunos se apresentam nas APAEs de suas cidades, os melhores colocados seguem para a etapa regional, onde a competição é entre pólos, na terceira etapa participam os melhores colocados nas regionais e por último é a etapa nacional. Em Mato Grosso há aproximadamente 48 APAEs, que estão organizadas em 12 delegacias regionais.
A presidente da Federação Estadual das APAEs de Mato Grosso, Marlene Franco Bonadiman, destacou que o objetivo do festival de artes é mostrar a sociedade que as pessoas com deficiência são capazes de se expressar através da arte e têm grandes talentos.
A presidente da Prosol, Márcia Gebara, afirmou que o Estado valoriza iniciativas que busquem a integração do portador de deficiência à sociedade, seja no meio artístico, ou através da inserção no mercado de trabalho. “O que eles precisam é de apoio e iniciativa e o Governo Maggi tem buscado incentivar projetos e ações com este intuito. Este ano, priorizamos os recursos do co-financiamento estadual para atendimento aos portadores de necessidades especiais e idosos nos Municípios. É um incrementos nas ações voltadas para este segmento”, afirmou Gebara.
“O deficiente é visto como um incapaz, alguém inútil para a sociedade. E o que observamos é que isso não é verdade. Através deste festival observei que meu filho possui grandes talentos e é capaz de desenvolver qualquer tipo de atividade”, ressaltou Maura Alves de Almeida da Cruz, mãe do excepcional Clóvis José da Cruz, um dos artistas do festival.
O diretor presidente da Associação Síndrome de Down Cuiabá/MT, Heron Carlos Alves de Souza, que desenvolve um projeto de esportes com excepcionais há cinco anos, destacou que atividades que desenvolvam as habilidades e elevam a auto-estima dos deficientes são importantes para a inclusão social dos mesmos na sociedade. “Eles são capazes de fazer qualquer atividade, basta ensiná-los. Eles são mais disciplinados do que as pessoas ditas ‘normais”, disse Heron Carlos.
Ana Maria Duarte, de 23 anos, uma das finalistas da etapa estadual do festival de artes das APAEs, estava ansiosa para se apresentar. Ela e outros alunos da APAE Cuiabá apresentaram um número de dança de rua. A jovem, inclusive, foi uma das selecionadas para o festival nacional que aconteceu em São Paulo, em 2003. “Ensaiamos bastante e tenho certeza que seremos escolhidos”, destacou confiante a adolescente, que adora dançar todos os ritmos musicais.
A artista plástica Deuseni Felix, que era uma das juradas do festival, doou uma tela para arrecadação de fundos para os alunos vencedores poderem ir ao festival nacional em Tocantis.