Mato Grosso poderá contar, nos próximos anos, com um selo de origem para os produtos florestais. Por meio dele pretende-se permitir a identificação da matéria-prima extraída da floresta de forma legal bem como garantir ao consumidor dos produtos fabricados a partir da madeira, adquirir itens de procedência legal. A proposta está sendo discutida com representantes de base florestal e órgãos ambientais do Estado.
De acordo com o diretor executivo do Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira em Mato Grosso (Cipem), Júlio Bachega, a intenção é que no próximo ano esteja funcionando. Mas para isto deve-se obedecer critérios e proporcionar um estudo detalhado acerca do tema.
“A intenção é valorizar o produto da floresta. Garantir a procedência deste produto que a indústria estará consumindo. Queremos é garantir que o selo venha de uma área certificada”, declarou, em entrevista ao Só Notícias. Para Bachega, a criação do novo selo resultará também na adoção de um novo sistema florestal – nos mesmos moldes do Sisflora – como forma de informatizar os dados, controlar a cadeia desde o plantio até a extração da madeira.
“Seria um sistema simples e que complementaria o Sisflora”, ponderou o representante. “A intenção é estabelecer junto com o setor não uma certificação mas um selo que garanta a procedência deste produto”, complementou.
Para o diretor executivo, a adoção de novos mecanismos para o setor de base florestal tende a auxiliar na quebra de paradigmas. Entre eles, o que diz ser o segmento madeireiro devastador da floresta. “O setor mantém preservado 2,1 milhões de hectares sobre a área de manejo em Mato Grosso. Queremos chegar a 2.9 milhões com meta de atingir 6 milhões”, salientou.
Em Mato Grosso algumas medidas já estão sendo adotadas como forma de utilizar madeira legal. Os órgãos das administrações públicas diretas e indiretas agora devem exigir a certificação ambiental daquilo que pretendam utilizar. A nova exigência é em atenção a lei aprovada na Assembleia Legislativa do Estado.
No entanto, o próprio setor reconhece a existência de empresas que não operam de forma legal, manchando a imagem daquelas que funcionam dentro da lei. “Hoje produzimos e consumimos em torno de 3.6 milhões de metros cúbicos de tora. Mas há uma imagem [negativa] sobre um percentual muito pequeno mas que incide sobre todos como se fossem ilegais”, finalizou Bachega.