Trinta e cinco por cento das rodovias de Mato Grosso estão em condições ruins ou péssimas. A constatação é da Confederação Nacional de Transportes, por meio da Pesquisa CNT de Rodovias 2010. O relatório trata de uma análise anual sobre as condições reais das estradas brasileiras, abrangendo toda a malha federal pavimentada e os principais trechos sob jurisdição estadual e concessionada.
Mais de quatro mil quilômetros foram mapeados no Estado. Dentro da unidade federada a CNT traçou um perfil das estradas. As rodovias estaduais foram classificadas, na avaliação geral, com o status de ruim. Na relação estão as MT”s 130 (112 quilômetros pesquisados), MT-208 (48km), MT-240 (59km), MT-246 (85km), MT-320 (154km), MT-343 (79km), MT-358 (130km). Para chegar aos conceitos a CNT levou em consideração três características.
O pavimento, quando observou a condição de superfície (perfeito, ondulado, buracos) e o pavimento do acostamento. A sinalização (faixas centrais e laterais, placas de limite de velocidade, visibilidade e legibilidade das placas) e a geometria da via (tipo de rodovia – pista simples, dupla -, faixa adicional de subida – 3ª faixa – e sua condição, condição de pontes e viadutos e acostamento.
A geometria de todas as MT”s foi considerada péssima. Pavimento ruim e sinalização oscilou entre ruim e regular. Quanto às rodovias federais, foram classificadas como regulares. Na lista das pesquisadas estão as BR”s 070, 158, 163, 174, 364. Em Mato Grosso, onde as estradas têm papel fundamental para garantia do escoamento da produção, as más condições das vias têm causado dores de cabeça para quem depende dessa via.
O relatório da CNT constatou que quanto pior a qualidade, menor será a velocidade de tráfego e maior a demora para entrega de cargas e viagens de passageiros. Rodovias com buracos reduzem a velocidade em 8,5 km/h e rodovias com pavimento totalmente destruído, em 31,8 km/h. As condições do pavimento afetam o custo operacional dos veículos. Há um gasto adicional de combustível (devido às acelerações e frenagens), um maior desgaste de pneus, freios, câmbio e motor, em rodovias com pavimento deficiente.
Em Mato Grosso, 39% das rodovias apresentaram trincas em malha ou remendos; 25% estão desgastados e 9% apresentam afundamento, ondulações e buraco, segundo o estudo. Há ainda casos de sinalização desgastada, pinturas de faixas inexistentes, ausência de placas de limite de velocidade, placas de indicação.
Na situação geral do Estado, além dos 35% entre ruim e péssimo, 41,8% das rodovias receberam o conceito de regular; 16,6% de bom e 6,5% de ótimo. No Centro-Oeste, do qual fazem parte ainda o Mato Grosso do Sul, Goiás e o Distrito Federal, 7,2% das rodovias foram consideradas péssimas; 21,4% ruins; 40,1% regulares; 24,5% bons e 6,8% ótimo.
Por outro lado, a situação de algumas rodovias melhorou. É o caso da BR-163, no Nortão, que foi recapeada entre Lucas do Rio Verde e Sinop (cerca de 150 km) e há trechos onde a sinalização está sendo feita e também houve construção de acostamento. Entre Sinop e Santa Helena as obras estão em andamento.
Para o diretor geral do DNIT, Luiz Antonio Pagot, o aumento do número de rodovias federais em boas condições de tráfego é o reflexo dos investimentos do Governo Federal nos últimos anos. “O PAC tem um caráter de recuperação do tempo perdido, de resgate após muitos anos com baixíssimos investimentos na área de infraestrutura e que provocaram o sucateamento da malha rodoviária federal. Vamos trabalhar para garantir esses investimentos até 2014, que é o tempo necessário para estarmos com 100% da malha em boas condições”, destacou, através da assessoria. Para o DNIT, a análise feita pela CNT soma-se a da Autarquia constituindo-se ambas, importante instrumento para o monitoramento e acompanhamento da evolução da malha federal. Atualmente, os investimentos em obras rodoviárias contam com recursos orçamentários de cerca de R$ 10 bilhões.
(Atualizada às 14:52h)