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Mato Grosso deve perder R$ 130 milhões em ICMS com redução no plantio de soja

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Um estudo feito por dois pesquisadores da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) aponta que a redução da área de soja plantada em Mato Grosso pode causar a perda de R$ 130 milhões na arrecadação do ICMS pelo Estado. Isso representa 4% do total obtido pela cobrança do imposto em 2005.

Danilo Aguiar e Hildo Meirelles Filho estimam ainda uma perda de 114 mil postos de trabalho diretos e indiretos e a redução de R$ 6,3 bilhões na produção do produto nesta safra.

A projeção leva em conta um cenário crítico, com os efeitos diretos, indiretos e induzidos de uma redução de 1,5 milhão de hectares plantados de soja e o preço da saca a R$ 25.

Os pesquisadores também trabalharam com um cenário mais otimista, apontado por alguns analistas, da redução da área em 1 milhão de hectares e a saca a R$ 20. Mesmo assim, haveria uma perda de R$ 85 milhões na arrecadação do ICMS.

Segundo Aguiar, a retração é reflexo de um problema fitossanitário –em razão dos custos para combater a ferrugem asiática. “Os produtores estão descapitalizados, o custo da produção está muito alto, o preço não gera boa perspectiva. Há, portanto, uma série de fatores.”

A renda salarial sofrerá impacto. A previsão é a de uma queda de R$ 1,5 bilhão. “As pessoas que trabalham nesses setores também serão afetadas.”

Para Aguiar, no entanto, o fato que mais chamou a atenção é o número de pessoas que devem perder o emprego. “Dada a importância [do agronegócio] no Estado, o impacto em empregos é elevado, porque ele vai além do próprio setor.” Entre os setores mais prejudicados está o de serviços.

O estudo foi encomendado pela associação dos produtores de soja de Mato Grosso. Para o presidente da entidade, Rui Prado, o Estado jamais enfrentou redução como essa. “A área perdida já chega a 20%. No ano passado, foi de 3%. Vamos mostrar o estudo às autoridades.”

Para Prado, as alternativas à crise são a intensificação dos leilões do Pepro e do Pesoja –programas federais que garantem o preço mínimo do produto– e uma rapidez na negociação das dívidas pública e privada. A longo prazo, afirma, o que irá diminuir o custo é a implantação do biodiesel, barateando a matriz energética.

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