Pesquisa divulgada hoje pela Fundação Procon-SP mostra que os juros bancários recuaram neste mês pela primeira vez desde 2004. A queda reflete a decisão do Banco Central, anunciada em setembro de reduzir a taxa básica da economia brasileira (Selic) de 19,75% para 19,5% ao ano.
A pesquisa, realizada entre os dias 4 e 5 de outubro, mostra que os juros máximos cobrados para empréstimos pessoais de 12 meses caíram de 5,46% para 5,42% ao mês. Trata-se da primeira queda desde dezembro do ano passado.
Dos dez bancos pesquisados, quatro reduziram os juros: Real (de 5,90% para 5,70%), Caixa Econômica Federal (de 5,28% para 5,10%), Bradesco (de 5,87% para 5,85%) e HSBC (de 5,07% para 5,06%). As demais instituições financeiras mantiveram as taxas.
Já o juro do cheque especial médio cobrado por esses dez bancos teve uma queda bastante leve, de 8,317% para 8,315%. Segundo o Procon, trata-se da primeira redução desde agosto de 2004. A queda foi puxada pelo Bradesco, que reduziu sua taxa de 8,33% para 8,31%.
Para o Procon, a “inversão no comportamento dos juros pode significar uma reação à queda da taxa básica da economia”. A redução da Selic em setembro foi a primeira desde abril de 2004.
Como os juros reais brasileiros ainda são os maiores do mundo e a taxa básica só deve cair se a inflação se mantiver sobre controle, o Procon orienta o consumidor a “continuar cauteloso e analisar sempre a relação custo-benefício de uma contratação de crédito”.
A pesquisa da Fundação Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Governo do Estado de São Paulo, incluiu os bancos HSBC, Banespa, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú, Santander, Nossa Caixa, Real e Unibanco.