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Indústria amplia contribuição na arrecadação estadual

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Indicadores econômicos confirmam o aquecimento da economia mato-grossense em 2007. De acordo com a Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), a arrecadação federal no Estado é de franca recuperação em relação a 2006, passando de R$ 1,34 bilhão para R$ 1,61 bilhão, que representa um aumento nominal de 20,9% e real de 16,1%, utilizando a variação de 4,46% do IPCA como deflator, isto é, descontando a inflação do período. No país, o Governo Federal bateu um novo recorde, arrecadando R$ 602,8 bilhões, ou seja, um crescimento real de 10,3% em relação a 2006.

“Se por um lado tais números mostram o peso da carga tributária incidente sobre a sociedade, por outro indicam o bom desempenho da economia nacional e estadual em 2007, registrando taxas mais vigorosas de crescimento do que no passado recente”, avalia o presidente do Sistema Fiemt, Mauro Mendes. A análise ressalta que a arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no ano passado é também positiva em relação a 2006, passando de R$ 3,14 bilhões para R$ 3,47 bilhões, um aumento nominal de 10,3% e real de 5,6% utilizando a mesma variação de 4,46% do IPCA como deflator.

A contribuição da indústria estadual foi ainda mais expressiva, crescendo 12,9% nominal e 8,1% real no período, mantendo sua participação de 29%, mas rompendo a barreira de um bilhão de Reais arrecadados pelo setor, “o que é bastante significativo e que também indica um cenário de forte crescimento econômico, tomando o ICMS como parâmetro de aferição”, comenta o assessor econômico da Fiemt, Carlos Vitor Timo.

O consumo de energia elétrica total do Estado, considerado na análise outro termômetro da atividade econômica, cresceu 10,2% no período, bem acima do consumo nacional. De acordo com a análise, o consumo da indústria atingiu a taxa de 18,4%. “Essa evolução evidencia o atual bom momento da economia estadual e, claro, do setor industrial, que aumenta sua participação de 27% para 29% do total consumido no período que estamos analisando”, ressalta o presidente do Sistema Fiemt.

O desempenho do comércio exterior de Mato Grosso – que mantém a 10ª posição no ranking do país – revela crescimento de 18,4% em dólares no valor acumulado das exportações, atingindo significativos US$ 5,13 bilhões, contra US$ 4,33 bilhões de 2006. As importações saíram de US$ 406,52 milhões para US$ 753,28 milhões, registrando a marca de 85,3%, no embalo da forte apreciação do Real de 16,93% no período. Mesmo assim, o intercâmbio comercial do Estado gerou um expressivo saldo de US$ 4,38 bilhões, valor 11,5% superior ao do ano passado, no mesmo período.

Segundo o assessor econômico, as ‘perdas cambiais’ continuam existindo e estão estimadas em R$ 1,9 bilhão. “Valor bastante expressivo e significativo, que mostra bem o efeito negativo do Real valorizado para as nossas exportações”, ressalta Timo. O valor acumulado das vendas externas em Real seria de 11,03 bilhões com o dólar de dezembro de 2006 e não de apenas R$ 9,13 bilhões como em 2007. Isto devido à cotação média de US$ = R$ 2,15 em dezembro /2006 e de US$ = R$ 1,78 em dezembro/2007.

“Tal como os indicadores econômicos já considerados, o crescimento do comércio exterior em 2007 também comprova a recuperação econômica que vivenciamos no ano passado, lembrando que o crescimento das exportações em 2006 foi de apenas 4,6% em relação a 2005”, enfatiza Mendes. Segundo o mesmo, este ‘bom momento’ vivenciado pelo Estado deve-se à instalação e investimentos de dezenas de novas indústrias, que conseqüentemente aumentam o fluxo do mercado formal de trabalho, outro importante indicador da atividade econômica.

A análise revela a geração de mais 24 mil novas vagas de trabalho com carteira assinada em 2007, contra apenas 4 mil em 2006, considerando todos os setores da economia mato-grossense. A indústria, que em 2006 sustentou praticamente sozinha o saldo positivo de empregos formais no Estado, continua gerando novas vagas de trabalho, e em 2007 contratou 10,3 mil empregados a mais do que os que demitiram entre janeiro e dezembro.

“Em suma, alguns dos indicadores macroeconômicos do Estado mostraram índices elevados de crescimento, permitindo antever, conseqüentemente, taxa de crescimento do PIB em 2007 bem expressiva e até mesmo próxima do desempenho atual dos países asiáticos, tão citados como modelos para o nosso país. Estamos novamente provando, aqui em Mato Grosso, que isso é possível, mesmo admitindo que ainda precisemos avançar bem mais no processo de agregação de valor aos nossos produtos, por meio da industrialização”, avalia Mendes.

De acordo com o presidente, em 2008 grandes empresas se instalam na região e, conseqüentemente, irão aumentar a produção. “Esses novos projetos são suficientes para garantir o crescimento em Mato Grosso. São projetos de médio e grande portes que gerarão cerca de 15 mil empregos formais e diretos”. Com a vinda de empresas grandes, o Estado deve investir na qualificação profissional, que, segundo Mendes, ainda é um problema no Brasil. “Os investimentos são uma tentativa para a melhoria da mão-de-obra em Mato Grosso. Não queremos importar trabalhadores de outros Estados, queremos empregar os que temos aqui”, finaliza.

Os dados englobam a análise do desempenho econômico por meio da arrecadação de impostos e contribuições federais, geração de empregos formais, consumo de energia elétrica, desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO) e balança comercial do Estado, de janeiro a dezembro de 2007, comparados ao mesmo período do ano anterior.

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