Levantamento realizado pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aponta que o gás de cozinha (botijão de 13 quilos) é vendido no Estado por uma média de R$ 61,11, uma diferença de 47,07% se comparado ao valor do produto comercializado na Bahia, de R$ 41,55, o menor preço do país. O 2º maior valor no ranking nacional está no Amapá, onde os consumidores pagam R$ 59,86 pelo botijão.
Sorriso é a cidade com o gás de cozinha mais caro no Estado, vendido ao preço médio de R$ 66,50. Em seguida está Alta Floresta (R$ 65,00), Cuiabá (R$ 62,04), Várzea Grande (R$ 61,13), Sinop (R$ 59,79), Rondonópolis (R$ 59,75) e Cáceres (R$ 52,33).
O presidente Sindicato das Empresas Revendedoras de Gás da Região Centro-Oeste (Sinergás MT/MS/GO), Zenildo Dias do Vale, explica que a carga tributária de Mato Grosso é a maior do país. Soma-se a essa condição a distância de origem do GLP, que sai de São Paulo e atravessa Goiás para chegar a Mato Grosso. De forma mais detalhada, o preço médio que o consumidor paga (R$ 61,11) inclui o imposto embutido pago à Petrobras e repassado ao cliente ao valor médio de R$ 8 a R$ 9.
Existe também a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que juntos equivalem a R$ 10,50 pagos, é claro, pelo consumidor. Em seguida tem o frete, que na ponta custa em média R$ 7. Diante de tantas tarifações, o presidente Zenildo avalia que o botijão ainda está sendo vendido barato no Estado.
Quem discorda dessa perspectiva é o dono de padaria, Robson Vargas de Brito, 26. Há 2 anos à frente do empreendimento em Cuiabá, ele diz que desembolsa aproximadamente R$ 1,8 mil por mês para manter o abastecimento de gás. Com a rotina que começa às 6h e encerra às 18h, ele diz que não tem como economizar no consumo de gás, por ser produto essencial para fabricação dos alimentos que ele vende.
“Infelizmente precisamos repassar nosso gasto com gás para nossos clientes, se fosse mais barato poderíamos fazer preços mais em conta”. Já o dono de revenda de gás, Alôncio Aparecido, 25, alerta que novo aumento será feito em setembro, quando empresas corrigem a folha de pagamento. “Isto significa que o gás pode ficar até R$ 2 mais caro”.