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Fiemt prevê cerca de 2 mil indústrias em Mato Grosso impactadas com novo decreto e podem demitir

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Só Notícias/Luan Cordeiro (foto: assessoria)

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso, Gustavo de Oliveira projetou, em entrevista ao Só Notícias, que cerca de duas mil indústrias devem ser impactadas com as redução no horário de funcionamento definida pelo governo estadual, que começa nesta 4ª feira para conter a escalada de casos e mortes por Covid. “Pelo perfil geral, 20% do total das indústrias trabalham com atendimento ao público, no setor de panificação, de metal mecânica e tantos outros. Estes, já vão ter restrições de funcionamento de horário, em relação ao habitual com atendimento. O decreto não muda o andamento na parte industrial, mas o atendimento ao público fica restrito”, analisou.

Ainda segundo o presidente, mesmo as indústrias que não trabalhem diretamente com atendimento ao público serão impactadas. “Vamos pegar por exemplo o fechamento de bares e restaurantes depois de certo horário, por mais que as pessoas consumam os produtos industriais, bebidas, refrigerantes em casa, sabemos que isso é muito estimulado pelos eventos, pela abertura desse estabelecimento onde as pessoas fazem as refeições fora do domicílio. Então, isso minimamente muda o perfil de consumo”, destacou.

Para Gustavo, qualquer interferência nas cadeias econômicas, esboça no segmento. “Em uma economia tão interligada como é a nossa hoje mundialmente, qualquer decisão que afete um setor acaba tendo algum reflexo sobre o outro e logicamente nas indústrias. A gente precisa entender como essas movimentações vão acontecer a partir de agora e ir olhando setor a setor, região a região, como é que isso pode nos afetar”, ponderou.

O presidente ainda avaliou que as restrições podem causar demissões a curto prazo no segmento. “Na medida que afeta o horário de abertura de muitos estabelecimentos, faz com que o perfil de consumo mude. Nós temos uma base industrial, por exemplo, no setor de panificação. As padarias que produzem os próprios pães tendo restrição de horário de funcionamento, depois das 19h, vão ter que reduzir sua produção. Se isso for temporário, em 15 dias talvez seja suportável, mas se estender ao longo do tempo vai ficar bem difícil manterem as vagas de emprego”, pontuou.

A situação é vista com muita preocupação, de acordo com Gustavo, que ainda apontou o que é necessário ser feito por parte dos empresários. “Embora sejam medidas necessárias, elas tem como efeito colateral sim, a possibilidade no aumento do desemprego”. “Os empresários têm que se preocupar com a segurança dos seus colaboradores, clientes e fornecedores, aqueles frequentam os ambientes, sejam eles industriais ou qualquer outros. Incentivamos que reforcem e continuem com as medidas de biossegurança e atenção”.

Conforme Só Notícias já informou, foi estabelecido pelo governo do Estado que as empresas vão poder funcionar das 5h às 19h de segunda a sexta-feiras. A partir das 21h até às 5h, as pessoas não podem circular. As empresas aos sábados funcionarão das 5h às 12h, bem como aos domingos. As medidas são impositivas aos 141 municípios até o próximo dia 15.

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