O dólar recuou nesta terça-feira pela terceira sessão consecutiva e encerrou novamente abaixo de R$ 2,20, derrubado por ingressos de recursos e pela queda do risco Brasil.
A divisa norte-americana terminou a sessão a R$ 2,177, com declínio de 0,87%. Na mínima do dia, o dólar cedeu 1,28% e chegou a R$ 2,168.
Perto do fechamento, o Banco Central realizou mais um leilão de compra de dólares no mercado à vista, mas aceitou apenas três propostas. A ação impôs uma leve pressão sobre o câmbio.
O BC também promoveu um novo leilão de swap cambial reverso e vendeu a oferta integral de 12.500 contratos, equivalente a US$ 598,4 milhões.
Nesses contratos, o mercado ganha quando a variação do juro supera a do câmbio no período de vigência do contrato, e a operação tem o efeito de uma compra futura de dólar.
As duas atuações, no entanto, não conseguiram enxugar a liquidez do mercado e impedir a trajetória de queda do dólar.
“O fluxo realmente está muito forte, principalmente por causa dos bancos que não saíram das suas posições vendidas”, explicou Tarcísio Rodrigues, diretor de câmbio do banco Paulista.
“Até porque, como tem a política de não ter queda agressiva nos juros, o pessoal mantém sua posição para fazer rolagem e ganhar no juro”, acrescentou o diretor.
A taxa de juro brasileira ainda considerada elevada, mesmo após três cortes consecutivos, favorece o ingresso de recursos por investidores em busca de um retorno maior.
Nesta manhã, o presidente do BC, Henrique Meirelles, rebateu as críticas recentes feitas à política monetária e reforçou que é preciso manter o controle da inflação.
O diretor de câmbio da corretora Novação, Mário Battistel, citou ainda o nível baixo do risco Brasil, que demonstra a confiança do investidor estrangeiro no país.
Nesta tarde, o risco-país, medido pelo banco JP Morgan, recuava 7 pontos, para 317 pontos-básicos sobre os Treasuries, firmando-se nos menores níveis históricos.