O dólar encerrou abaixo de R$ 2,60 nesta quinta-feira pela primeira vez em um mês, com o mercado atento ao fluxo de recursos e à espera de algum sinal de atuação do Banco Central.
A divisa cedeu 0,31%, para R$ 2,596 (menor nível de fechamento desde 28 de fevereiro), quando foi cotada a R$ 2,590.
Segundo analistas, sem as atuações do BC, o dólar permanece na trajetória de queda observada nas últimas dez sessões. Entre os fatores que contribuem para o movimento, o principal é o ingresso de recursos.
“Enquanto (o BC) não entrar, a tendência do real é de apreciação”, afirmou Alexandre Vasarhelyi, responsável por câmbio do banco ING.
Desde 17 de março, o Banco Central não compra dólares no mercado e por quatro semanas desistiu dos leilões de swap cambial invertido.
Analistas afirmaram que o mercado vem derrubando o preço do dólar na tentativa de encontrar um piso que poderia atrair as atuações do Banco Central.
De acordo com o gerente de câmbio de um banco estrangeiro, o BC pode não estar atuando “devido a um mecanismo de compensação às perspectivas de inflação mais altas depois dos último índices”. Mas ele lembrou que, por outro lado, um dólar muito baixo pode prejudicar as exportações.
A divisa norte-americana chegou a esboçar discreta alta nesta tarde, enquanto algumas tesourarias bancárias aproveitavam o preço mais baixo para comprar dólares.
Segundo Mário Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação, “entrou um tomador no mercado e enxugou um pouco da liquidez, e por isso o dólar ganhou força”.
Na máxima do dia, a divisa exibiu variação positiva de 0,12%, a R$ 2,607. Mas ingressos de recursos em seguida fizeram com que o dólar voltasse a cair frente ao real.
A tranqüilidade dos preços do petróleo também ajudou, disseram operadores.
Após avançar pela manhã, o petróleo negociado em Nova York fechou em queda de quase US$ 2, a 54,11 dólares o barril.