O dólar encerrou em baixa de 1,15 por cento nesta quinta-feira e foi cotado a 2,407 reais, atento a ingressos de recursos, principalmente de exportadores.
Analistas ponderaram, no entanto, que o cenário político ainda deixa os investidores receosos e impede que o dólar caia de forma mais acentuada frente ao real.
“O mercado está positivo, mas com o pé atrás. Hoje caiu muito por causa do fluxo”, apontou o gerente de câmbio de um banco estrangeiro. De acordo com Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora, “a tendência é ficar em queda enquanto não houver novidades no front político”.
“O dólar não cai mais do que isso por causa da cautela com o cenário político e não sobe muito porque esse juro alto ainda atrai capital estrangeiro.”
Na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou a decisão de manter a taxa básica de juro em 19,75 por cento. Mesmo interrompendo o ciclo de nove meses de alta, a Selic ainda é considerada elevada, acrescentaram os analistas.
O gerente de câmbio do banco estrangeiro lembrou que já existem expectativas no mercado de que as revistas semanais tragam novidades sobre o campo político no fim de semana.
“O mercado agora vai esperar o desenrolar da CPI dos Correios, ver quem vai ser chamado”, disse ele. “O positivo é que lá fora ainda não afetou tanto a credibilidade, o risco-país, por exemplo, continua em queda.”
Nesta tarde, o risco-país, medido pelo banco JP Morgan, caía 10 pontos, para 409 pontos-básicos sobre os títulos do Tesouro norte-americano.
O tom positivo dos títulos da dívida externa brasileira também colaboraram para a apreciação do real, destacaram operadores.