Uma equipe composta por oito pessoas, entre arqueólogos, técnicos e profissionais de campo, iniciou os trabalhos de diagnóstico e prospecção para descobrir possíveis sítios arqueológicos em uma área de 20 quilômetros, entre os municípios de Sinop e Santa Carmem. A permissão foi expedida pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) há poucos dias, e o projeto conta com o apoio do Museu de Pré-História Casa Dom Aquino, de Cuiabá.
De acordo com a coordenadora, Suzana Schisuco Hirooka, a área pesquisada será atingida por uma ramal de interligação (linhão), utilizado para “transportar” a energia gerada pela Usina Hidrelétrica Teles Pires, em Paranaíta, até Sinop. “O ramal principal ligaria Paranaíta a São Paulo, mas não ficou pronto a tempo, e este é um linhão alternativo, construído de forma emergencial, uma vez que a usina está pronta para gerar energia elétrica. Agora, ainda estamos em início dos trabalhos e é um projeto pequeno, até pelo tamanho da área. De qualquer forma, isto sempre é feito nestes tipos de empreendimentos”, afirmou Suzana, ao Só Notícias.
Ainda não há definição de local para abrigar as possíveis peças arqueológicas encontradas na região. “A princípio, deve ir para São Paulo, mas o Iphan decide. A escolha é baseada na experiência e renome de cada instituição em salvaguardar os objetos com responsabilidade”, apontou.
A arqueóloga também afirmou que Sinop não tem estrutura para abrigar as peças, mas sugeriu a exposição de uma coleção para os moradores. “Para guardar estes milhares de fragmentos é necessária uma equipe especializada, infraestrutura, vários outros quesitos, e isto é para sempre. Então o município tem que ter este espaço. O que poderia ser feito é uma exposição de referência com algumas peças”, disse.
O projeto tem prazo de validade de três meses e os arqueólogos deverão enviar relatórios parciais e finais ao Iphan. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União.