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O país da corrupção

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O presidente Temer visita a Noruega, que é o país com menos corrupção no Planeta Terra. Ele representa o Brasil, que está no outro extremo. A Polícia Federal acaba de divulgar um cálculo – modesto, creio – de que a corrupção somada desses últimos escândalos chega a 123 bilhões de reais. Centro e vinte e três vezes mil milhões de reais – deu para entender o tamanho do roubo? Na lista de corrupção por unidade da federação, a capital do país está em primeiro lugar. Brasília sozinha responde por 57% do montante de corrupção apurado pela Polícia Federal.
    
Entendo agora porque é na cidade onde moro que são feitas as mais suntuosas festas de 15 anos e os mais pomposos casamentos. Gente que constrói castelo de Cinderela apenas para uma noite de gala e fausto. Certa vez o vendedor de um material para o teto da casa levou-me a uma mansão em que ele já havia aplicado o produto. Quando entrei, imaginei que o dono fosse algum sócio do Bill Gates. Perguntei quem era. Diretor de uma autarquia federal. Devia ter um salário de 16 mil. E uma casa de 10 milhões. Morando na capital onde se alugam as chaves dos cofres onde se guardam os impostos de todos, sempre desconfiei que tivéssemos liderança nisso.
    
O Brasil é resistente ou apático. Porque incrivelmente a economia resiste. O desemprego não é maior e não há quebradeira de empresas em maior grau porque os que estão plantando, criando, fabricando e vendendo fazem força para ignorar a fofocagem da política. Descobriram que se parar, fica pior. Mas deputados e senadores ainda insistem em que a briga reside em ser contra ou a favor do governo. Não perceberam que a decisão é  estar a favor do país ou contra ele.
    
No momento, não importa quem seja o presidente da República, o essencial é reformar a Previdência, ou em breve não se conseguirá pagar aposentadorias – principalmente as mais altas -, e atualizar a CLT e os ritos da Justiça do Trabalho, ou não haverá quem queira contratar empregados. Vemos milhares de brasileiros fugindo do país que protege o trabalhador com a CLT e a Justiça do Trabalho, em busca de emprego nos Estados Unidos, onde não existe nem uma nem outra. Mas não vemos americanos em busca de emprego no Brasil, ao abrigo das nossas leis protetoras. A demagogia grita por direitos – humanos e trabalhistas – e na prática não os temos. 14 milhões de desempregados até agora e 60 mil assassinados por anos. Os números e os fatos são mais eloquentes que os populistas. Mas ainda tem muita gente acreditando na insensatez.
 

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