PUBLICIDADE

Dengue e covid

PUBLICIDADE

Por que a dengue não tem o ibope da Covid? Em dezembro de 2021, 172 milhões de brasileiros, segundo o Ministério da Saúde, já haviam recebido duas doses da vacina experimental – 80% da população. Agora temos a dengue, uma dolorosa doença que já matou 4 mil brasileiros no mínimo e fez sofrer 6 milhões. Ainda podem ser atribuídas à dengue mais 3 mil mortes, elevando a perda a 7 mil vidas. Os números atuais são recordistas na história da dengue no Brasil. No entanto, ao que se sabe, importamos apenas 6 milhões de doses, o que dá para 3 milhões de brasileiros, ou menos de 1,5% da população.

Enquanto a dengue é nossa velha conhecida, a Covid chegou envolta em mistério e foi fácil gerar pânico. A dengue, de prevenção relativamente óbvia, e com vacina testada e pronta, parece não receber a atenção daqueles que já usaram de todos os meios para apavorar a população contra o vírus que seria proveniente de morcego. O morcego assustou mais que o mosquito. O bom e velho fumacê expulsa o mosquito da dengue; mas se evaporou. As equipes de saúde que combatiam a febre amarela de casa em casa, sumiram. Campanhas sobre água parada em lixo, nos quintais e vasos de apartamento foram esquecidas. E a vacina foi comprada em quantidade insuficiente.

A cada ano fica pior, basta olhar o gráfico de mortes, que vem subindo, inclusive no Distrito Federal, que é o campeão, vindo depois estados como Minas Gerais, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. E diz o Índice de Progresso Social que Brasília é o melhor lugar do Brasil. Pelo jeito, também para o mosquito. Que progresso social é esse em que somos incapazes de impedir a perigosíssima dengue hemorrágica? O pior é que a pouca vacina que está disponível não tem sido procurada, depois da frustração do experimento da Pfizer que, além de não ser eficaz na imunização e contágio, ainda vem com consequências que assustam. A vacina do Instituto Butantan contra a dengue, que está na última fase de teste, se mostra eficaz e segura, em dose única. Mas precisa completar neste mês os cinco anos de testes com 17 mil voluntários. Depois, esperar pela Anvisa e pela produção em massa. Só no ano que vem.  Por enquanto, temos uma tetravalente aprovada na Indonésia, União Europeia e Anvisa, em duas doses.

Então cabe a pergunta: por que tratamos a dengue com obsequioso recato, depois de termos sido capazes de apavorar as pessoas com o vírus covid-19?? Ao se comparar a campanha no governo Bolsonaro e a discrição dengosa no governo Lula, parece evidente que, também nas epidemias, aplicam-se as diferenças de tratamento que temos observado no Judiciário. Não se trata de uma enfermidade desimportante. Os que tiveram dengue nos fazem relatos terríveis; a dengue hemorrágica é ainda pior. Mas não é justo para a população que ela seja usada. por motivos políticos, em campanhas e em omissão de campanhas, que dependem de quem está no governo.

PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Mais notícias
Relacionadas

Os sons da praça

Nesses agitados dias, a Praça dos Três Poderes foi...

História e farsa

A História do Brasil se encaixa bem no pensamento...

País de surpresas

No Brasil os acontecimentos conseguem andar mais rápido que...

Na nossa cara

Quem chegou ao Brasil pelo aeroporto de Guarulhos na...
PUBLICIDADE