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Começa o jogo

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Alexandre Garcia

Em dois meses, quase 150 milhões de brasileiros poderão exercer o poder de escolher o presidente da República, o governador, senador e deputados estadual e federal. Parecia uma confusão sem solução e, no entanto, os partidos, mesmo às pressas, meio de improviso e contra a parede dos prazos legais, vão escolhendo os candidatos que vão submeter ao julgamento de cada eleitor. São 7 milhões de eleitoras a mais que os eleitores e só São Paulo tem 33 milhões, mais do que o dobro de Minas Gerais, o segundo eleitorado do país. Decepcionados, os mais jovens, com voto não obrigatório, são 240 mil a menos que na última eleição.

Parecia que o eleitorado iria querer só novidade, fugindo da política tradicional que produziu Mensalão e Lava-jato. Mas agora as pesquisas mostram que a experiência vai contar muito, para poder resolver os problemas econômicos mais sérios – o principal deles o desemprego de milhões. Como se sabe, só haverá emprego se for estimulada a atividade econômica. Não custa lembrar que nos Estados Unidos Trump reduziu os tributos e acabou com o desemprego e vitaminou a expansão da atividade econômica. A pesquisa também mostra o efeito dos escândalos: o eleitor vai em busca de experiente que seja ético, honesto, sincero.

Não se vai mudar os políticos sem mudar os seus eleitores. Os eleitos são reflexo daqueles que representam. A esperança é que a informação consiga dar mais combustível para o discernimento, eliminando os candidatos enganadores, mentirosos, demagogos, populistas. Meu colega de GloboNews que percorreu o país, Nilson Klava, conta no meu programa desta semana que o eleitor vai querer alguém de caráter, com a religião a avalisá-lo, alguém que combata o crime que nos aterroriza, alguém que continue a intimidar os corruptos e que ponha ordem no país.

Não haverá milagres nem milagreiros. Salvadores da pátria tampouco. Cada um de nós será salvador da pátria se votar bem – ou se escolher o menos ruim. É com lembrar que ao eleger governador e presidente, o eleitor tem que pensar também em quem vai dar-lhe voto e apoio no legislativo. Sem o Legislativo, ninguém governa. Jânio, Collor e Dilma caíram porque lhes faltou o apoio no Legislativo. Temer não conseguiu fazer a necessária reforma da Previdência, porque lhe faltaram votos no Congresso. É época para pensar sobre uma fiscalização e cobrança maior do representado sobre seu representante. E as redes sociais aí estão para isso.

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