quinta-feira, 28/março/2024
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As difíceis escolhas

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Em três semanas, o Tribunal Regional Federal em Porto Alegre vai julgar o recurso do ex-presidente Lula, contra a sentença de 9 anos e meio de prisão por receber, como propina da OAS, o triplex de Guarujá. Nunca antes na História deste país um condenado que se diz inocente quis retardar o julgamento de seu recurso no tribunal revisor. Lula e os seus seguidores reclamam do que consideram rapidez da Justiça. Isso significa que eles têm a expectativa de confirmação da culpa do condenado. Se for absolvido, vai ser surpresa. Se for condenado, se torna inelegível, pois a Lei da Ficha Limpa diz que o condenado em colegiado – no caso o trio de desembargadores – não pode obter registro como candidato. Também fica sujeito à prisão, para dar inicio ao cumprimento da pena, ainda que recorra ao Tribunal Superior de Justiça.
    
Enquanto estiver livre, nada impede que se mantenha em campanha eleitoral, ainda que condenado. E quando chegar o prazo de registro de candidaturas, pode indicar alguém para assumir a candidatura em seu nome, como fez com Dilma. Afinal, Lula lidera todas as pesquisas para presidente. No passado, elegeu Haddad prefeito de São Paulo, mas na última eleição municipal, não conseguiu eleger prefeitos de capital nem no Nordeste. Só o PT do Acre, com suas particularidades positivas, elegeu o prefeito da capital. Por isso, o partido aguarda a decisão do Tribunal de Porto Alegre, para buscar alguém que vá além de poste, para ter Lula como cabo eleitoral, caso confirmada a condenação. Se for absolvido, Lula será o candidato do PT, mais uma vez, ainda que tenha sido denunciado nove vezes e seja réu em seis processos.
    
As pesquisas que mostram Lula na liderança usam nomes que necessariamente podem não ser candidatos de fato. Vai depender das decisões de seus partidos. O IBOPE mostra Lula e Bolsonaro no segundo turno e cerca de 25% entre indecisos, brancos e nulos. O DATAFOLHA e outros trabalham com 10 nomes. O Instituto Paraná apura que 47% pretendem anular ou votar em branco – o que, somado à tradicional abstenção, pode chegar a dois terços do eleitorado. Em geral, os políticos estão em baixa e os partidos terão que administrar isso, oferecendo candidatos compatíveis com a exigência de honestidade e competência.
    
O excelente articulista Percival Puggina sugere que escolhamos candidato imaginando quais deles convidaríamos para compartilhar um jantar em nosso lar. A algum deles você confiaria a gerência de sua microempresa familiar? – pergunta Puggina. Pelo nível geral do eleitorado, o candidato, por mais qualidades que tenha, sabe que se não for um demagogo populista, tem pouca chance. Além disso, presidente sozinho é uma andorinha que não faz verão. Presidente depende do Congresso, e Temer sabe disso pois se salvou de Joesley-Janot; Lula sabe disso quando seu mandato passou incólume pelo Mensalão. Também sabem disso Jânio Quadros, Collor e Dilma, que ficaram sem a presidência quando precisaram do Congresso. Por isso, não adianta um bom presidente sem que elejamos também bons deputados e senadores.
 

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