A sessão desta quinta-feira foi mais uma de novas baixas para os preços da soja praticados na Bolsa de Chicago. Os futuros da commodity recuaram de 3,50 a 4,25 pontos, com o janeiro/18 sendo cotado a US$ 9,72 e o maio/18, referência para a safra brasileira, valendo US$ 9,92 por bushel.
Segundo Fernando Pimentel, analista da Agrosecurity, as baixas recentes não devem causar qualquer pânico no mercado, já que trata-se somente de um ajuste, uma acomodação, principalmente sobre as condições melhores de clima para o plantio no Brasil, com uma regularização mais efetiva das chuvas entre as principais regiões produtoras.
O destaque para os próximos dias é, agora, a volta das chuvas para a região sul do país, tal qual temperaturas mais baixas.
Após as chuvas previstas para o RS na sexta-feira o risco de chuva forte é no Paraná, Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul. No sábado (18), com a passagem da segunda frente fria, os temporais podem ocorrer nos três estados da região.
Diante disso, e da falta de novidades que pudessem movimentar as cotações de forma mais intensa, os fundos, mais uma vez, revisaram suas posições e realizaram lucros, ajudando a pressionar as cotações no mercado futuro norte-americano.
“E o mercado vai se manter de lado até que haja algum evento climático – como alguma seca no Sul, na Argentina, ou um veranico mais pronunciado por conta do La Niña – que possa mudar o cenário”, diz Pimentel. “Mas, o mercado quer subir. E os especuladores estão posicionados na compra”, completa.
Preços no Brasil
No Brasil, os preços tiveram um dia de fechamento misto, já que o mercado se mostra cada vez mais regionalizado. No interior, foram registradas oscilações de até 1,59% de alta e baixa de 0,42%, mas a maior parte das principais praças de comercialização terminaram com estabilidade.
Enquanto isso, nos portos, os ganhos foram observados no porto de Rio Grande, onde a soja disponível subiu 0,27% para R$ 73 por saca e a safra nova, 0,66% para R$ 76,50. Na contramão, Paranaguá perdeu 1,35% e 1,33%, respectivamente, para R$ 73 e R$ 74 por saca.
As cotações foram pressionadas, além de Chicago, por uma nova baixa do dólar nesta quinta-feira. A moeda americana fechou o dia com queda de quase 1% voltando ao patamar dos R$ 3,27.
“Os níveis de preços levaram exportadores a aproveitarem para vender”, afirnou o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello á agência de notícias Reuters.