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Soja fecha semana com mais de 4% de alta em Chicago

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Durante toda a semana o mercado internacional da soja pautou-se pelos esperados relatórios do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) desta sexta-feira (30). E quando os resultados chegaram, o impacto das informações foi imediato.

Somente no pregão desta sexta as altas entre os princpais futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago foram de mais de 2%, levando o vencimento novembro/17 – o mais negociado agora e referência para a safra americana – voltou a superar os US$ 9,50 por bushel. Os futuros do milho e do trigo também subiram de forma bastante expressiva.

O contrato encerrou a sessão com alta de 3,24% e valendo US$ 9,54 por bushel. Na semana, as principais posições acumularam ganhos de mais de 4%, com todas acima dos US$ 9,40. “O estoque trimestral abaixo da expectativa geral – associado ao alívio da confirmação de uma área de soja menor, mesmo que dentro do esperado – motivaram os fundos a apostarem no quadro climático”, explica a analista de mercado da Labhoro Corretora, Andrea Cordeiro.

Em seu reporte de estoques trimestrais, o USDA apontou os números da soja em 26,21 milhões de toneladas, abaixo da média das expectativas de 26,7 milhões de toneladas. O número é 11% maior do que o de junho de 2016.

Já no boletim de área de plantio, confirmou o aumento de 7% em relação à safra 2016/17 com uma estimativa de 36,2 milhões de hectares (89,5 milhões de acres). Os traders esperavam algo entre 35,98 e 36,83 milhões de hectares (88,9 a 91 milhões de acres), com uma média esperada de 36,4 milhões.

No quadro climático, as previsões para os próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias indicam para o Meio-Oeste norte-americano o clima ainda quente e úmido, enquanto as Planícies do norte podem seguir sendo penalizadas pelo tempo mais seco, de acordo com informações do NOAA, o serviço oficial de clima do governo norte-americano.

As condições, portanto, ainda pesam sobre o desenvolvimento do trigo americano e também seguem no radar dos traders. Nos próximos sete dias, as chuvas também são volumosas e bem distribuídas no Corn Belt.

Complementando o quadro de intensa volatilidade para os futuros da soja na CBOT neste período de final de semana, de mês e de semestre, a necessidade de ajuste é ainda mais intensa, soando, como explicam analistas e consultores, como oportunidade para os fundos investidores. E há ainda um feriado nos EUA na próxima semana.

Com a comemoração do Dia da Independência em 4 de julho, próxima terça-feira, o mercado em Chicago fecha uma hora mais cedo na segunda-feira (3) e não funciona no dia seguinte. Assim, o reporte semanal de acompanhamento de safras divulgado, tradicionalmente, às segundas, na semana que vem chega na quarta-feira (5). “Muito frequentemente temos volatilidade nessa situação e ainda mais nesse momento que temos falta de chuvas nas Dakotas”, complementa Andrea.

Para Bob Burgdorfer, analista de mercado do portal internacional Farm Futures, os volumes de chuvas e a amplitude de sua cobertura nos próximos dias serão as principais informações nas mentes dos traders. “Agora, os reportes do USDA já são história”, diz.

Preços no Brasil

Ainda segundo analistas e consultores de mercado, o clima nos EUA e o desenvolvimento das lavouras por lá e mais a movimentação do câmbio irão compor o conjunto de fatores que deverá direcionar a comercialização no mercado brasileiro. Até este momento, os produtores vinham também esperando pelos números do USDA e seguindo as últimas previsões e seu impacto na formação das cotações para definir suas estratégias e se participava do mercado ou não.

As últimas altas observadas na Bolsa de Chicago, assim, permitiram que o balanço para os preços nacionais também fosse positivo nesta semana. Os ganhos no mercado físico disponível, entre as principais praças de comercialização variaram de 0,53% – em Primavera do Leste, onde o último preço foi de R$ 57,10 – a até 5,71%, para R$ 58,67, no Oeste da Bahia.

Nos portos, a soja disponível subiu entre 1,44% e 3,65%, para encerrar com R$ 70,65 por saca em São Francisco do Sul e com R$ 71 em Rio Grande. A oleaginosa da safra nova ficou com R$ 72,50 em Paranaguá e R$ 75,50 no terminal gaúcho.

Com a puxada forte desta sexta-feira, os sojicultores brasileiros aproveitaram para vir a mercado e fazer bons negócios, conseguindo compensar a movimentação mais fraca dos dias anteriores. Nos melhores momentos do dia, afinal, os preços alcançaram os R$ 72,00 por saca, com uma mãozinha que veio também do dólar.

Na semana, a moeda americana subiu 0,79% para fechar, nesta sexta-feira, com R$ 3,3128. No mês, o ganho foi de 2,36% e, somente no segundo trimestre desse ano, a divisa acumula um avanço de 5,8%. “Em 2017 até junho, o dólar ficou 1,94 por cento mais caro”, informa a agência de notícias Reuters.

“Lá fora, a vertente clima americano e, aqui dentro, a questão cambial. Até esse momento, ainda temos um encaminhamento de safra grande nos Estados Unidos. Provavelmente, com um padrão de produtvidade um pouco mais baixo, mas temos que lembrar que a área está aumentando 7%. E entendo que não há luz no fim do túnel em relação à essa crise política no Brasil, acredito que ainda tem muita coisa pra acontecer e estamos longe de ter calmaria. Acho que o câmbio mudou de patamar e ao decorrer, pode dar novas puxadas. Com as puxadas de Chicago ou do dólar, vamos fazendo média e desovando essa soja”, orienta o consultor de mercado Flávio França Junior, da França Junior Consultoria.

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