Nesta quinta-feira (20), o mercado internacional da soja registrou mais uma sessão de altas expressivas na Bolsa de Chicago. As cotações terminaram o pregão subindo, nas principais posições, entre 13,50 e 14,50 pontos, e assim o vencimento novembro/17 ficou em US$ 10,27 por bushel. O agosto, que é a primeira posição desse momento, ficou em US$ 10,13.
O avanço dos preços foi motivado, novamente, pelo clima adverso nos Estados Unidos. O Meio-Oeste continua sendo castigado pelo tempo ainda muito quente e seco e as lavouras de soja e, principalmente de milho nesse momento, já sentem os efeitos desse cenário. Como explica o diretor da Labhoro Corretora, Ginaldo Sousa, as notícias não são boas para os produtores norte-americanos.
“Uma seca em Iowa representa algo muito significativo e, psicologicamente falando, chama muito a atenção”, diz o executivo, em entrevista ao Notícias Agrícolas. As perdas, como explica Sousa, já são projetadas entre 4,22 e 6,35 sacas por hectare de milho e 1,35 saca por de soja. Os números são considerados elevados para este período, uma vez que o mês mais crítico para a soja – o agosto – ainda nem chegou.
A volatilidade e as especulações sobre o mercado internacional de grãos já são intensas neste momento do ano, com o desenvolvimento da safra dos Estados Unidos. Quando os modelos climáticos apontam divergência entre suas informações e previsões, esses fatores se intensificam ainda mais e acabam tirando parte da direção das cotações. Na Bolsa de Chicago, a semana tem sido positiva para os futuros da soja e do milho, uma vez que os mapas mais atualizados mostram um tempo ainda quente e seco para o oeste do Corn Belt, em especial nas Planícies do Norte.
Previsões mostram ainda que, nos próximos dias, em alguns pontos do Meio-Oeste – leste do Kansas, sudeste do Nebraska, sul de Iowa, quase todo o Missouri, e parte de Illinois -, em função dessas ondas de calor que têm sido registradas, as temperaturas poderiam passar dos 40ºC. As informações partem do Serviço Nacional de Clima dos EUA (NWS).
O NWS alerta ainda para o risco de tempestades em alguns pontos do cinturão, em função, justamente, do calor intenso. As tempestades são esperadas, principalmente, nas planícies, porém, ainda de forma rápida e localizada. “Alguns episódios de forte a severos são possíveis de ocorrer no oeste da Dakota do Norte esta tarde e noite”, diz o instituto.
Além disso, os números da demanda permanecem muito fortes e consistentes, também favorecendo a trajetória positiva das cotações. Os prêmios para a oleaginosa americana estão mais positivos neste momento e, dessa forma, os compradores buscam ainda mais pelo produto dos Estados Unidos. Além disso, o dólar americano recuou e registrou sua mínima em relação a agosto último e também foi mais um fator positivo para as cotações.Na semana encerrada em 13 de julho, as vendas da safra velha somaram 409,6 mil toneladas, bem acima do intervalo esperado pelo mercado de 100 mil a 300 mil toneladas. A maior parte foi adquirida por destinos não revelados.
Com esse montante, o total já comprometido pelos americanos é de 60.364,2 milhões de toneladas da oleaginosa da temporada 2016/17. A estimativa total do USDA para as exportações deste ano comercial é de 57,15 milhões de toneladas.
Os EUA venderam também mais 1.522.5 milhão de toneladas de soja da safra nova e, nesse caso, o total ficou dentro das expectativas dos traders, que eram de 1,3 milhão a 1,8 milhão de toneladas. A China foi a principal compradora.