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PIB estadual teve queda, aponta pesquisa do IBGE

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A economia mato-grossense encolheu 1,9% em 2015, ante o ano anterior. Em todas as unidades federativas houve retração no Produto Interno Bruto (PIB), num resultado inédito desde 2002, quando foi iniciada a série histórica das Contas Regionais, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a pesquisa divulgada nesta quinta-feira, o PIB de 2015 foi estimado em R$ 107,420 bilhões em Mato Grosso, resultado em valor corrente 6,1% superior ao de 2014. Contudo, em termos de volume, verifica-se o recuo da economia mato-grossense de 1,9%, apesar do ciclo de crescimento nos últimos anos, fortemente amparado no cultivo de soja, pontua o gerente de Contas Regionais do IBGE, Frederico Cunha.

O PIB a valores correntes leva em conta a produção com base nos preços vigentes no ano, observa o economista Emanuel Daubian. Já em volume considera o preço do ano base (2002) e a variação desde então, a preços constantes, completa. “O resultado de 2015 aponta que a produção estadual decresceu. Assim, houve queda na renda total porque produção é igual a renda”, resume o economista.

Dos R$ 107,420 bilhões estimados para o PIB estadual em 2015, a agropecuária respondeu por R$ 19,320 bilhões, com variação em volume de 4,9%. Especificamente a agricultura cresceu 6,7% em volume devido ao cultivo de soja. Mas, como houve redução de preços para a oleaginosa, a atividade perdeu participação relativa na economia mato-grossense e retrocedeu de 17,2% em 2014 para 15,9% em 2015.

Resultado oposto foi observado na pecuária, que mesmo com variação negativa em volume de 0,9%, ganhou leve participação, saindo de 3,1% para 3,2%. A ascensão da atividade na composição do PIB se deve, segundo o IBGE, ao aumento de preço do boi gordo no período. Já o PIB da indústria mato-grossense atingiu R$ 17,120 bilhões em 2015 e apresentou queda em volume de 4,9% ante o ano anterior.

Neste resultado destaca-se a participação das indústrias de transformação -especialmente de fabricação de produtos alimentícios – e eletricidade e gás, bem como de água e esgoto, atividades de gestão de resíduos e contaminação, com variações em volume positivas de 0,3% e 3,4%, respectivamente. A atividade de construção derrubou o desempenho do setor industrial em 2015, com queda de 12,8% justificada pelo término e paralisação de obras de infraestrutura e também pelo desaquecimento do mercado imobiliário, aponta o IBGE.

Por sua vez, o setor de Comércio/ Serviços teve resultado de R$ 61,150 bilhões e variação negativa em volume de 3,2%. Esse desempenho é influenciado pelo comércio, manutenção e reparação de veículos automotores e motocicletas, atividade de maior participação do setor, que decresceu em volume 9,9%, revela a pesquisa. Já as atividades de administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, juntamente com as Atividades Imobiliárias, detêm a 2ª e 3ª maiores participações no setor, com variações positivas de 0,5%. “O setor do comércio e serviços reflete o comportamento da indústria. E, com a suspensão de obras em 2014, muitos trabalhadores da construção civil foram demitidos, perderam renda. Com isso, passaram a consumir menos”, contextualiza Daubian.

Crescimento acumulado Apesar da variação negativa de 1,9% no volume do PIB de 2015 em Mato Grosso, o Estado assinala o 2º maior crescimento acumulado desde 2002, com taxa de 101,8%, sendo superado apenas por Tocantins (112,1%). Outros estados que se destacam pela evolução no período são Piauí (84,4%), Acre (81,2%) e Rondônia (79,4%), aponta o IBGE ao divulgar o resultado das Contas Regionais.

Entre 2002 e 2015, o PIB do Brasil cresceu, em volume, a uma média de 2,9% ao ano (a.a.), sendo que em Mato Grosso a média de crescimento anual chegou a 5,5%, sendo destaque no Centro-Oeste, que cresceu 4,1% a.a., em média. O crescimento acumulado da economia mato-grossense foi impulsionado pelo setor agropecuário, que cresceu 8,5% a.a. no mesmo intervalo, “acompanhando o desenvolvimento do cultivo de soja no Estado”, registra o IBGE.

Tocantins lidera o crescimento a partir de 2002 com avanço médio anual de 6% desde então, também influenciado pela agropecuária. Os dados divulgados pelo IBGE indicam, ainda, que em 2015 apenas 5 estados responderam por 64,7% do PIB nacional, sendo eles São Paulo (32,4%), Rio de Janeiro (11%), Minas Gerais (8,7%), Rio Grande do Sul (6,4%) e Paraná (6,3%). Juntos, no entanto, eles tiveram a participação encolhida no total da economia brasileira em 0,2 ponto percentual, em relação a 2014.

O PIB per capita de Mato Grosso em 2015 alcançou R$ 32,894 mil, sendo o 7º mais elevado do país. No início da série histórica mantida pelo IBGE, o PIB per capita mato-grossense totalizava R$ 7,265 mil e o Estado ocupava a 11ª posição. De acordo com o IBGE, o maior PIB per capita em 2015 foi o do Distrito Federal (R$ 73,971 mil), enquanto o Maranhão teve o menor (R$ 11,366 mil).

Sob a ótica da renda, a remuneração dos empregados foi responsável por 39% do PIB de Mato Grosso, sendo esta participação a menor entre as unidades federadas do Centro-Oeste e abaixo da média regional (46,2%). O Distrito Federal, que concentra a maior parte da administração pública federal, tem a 3ª maior participação da remuneração dos empregados (56%) no PIB. No país, a remuneração dos empregados responde por 44,6% do PIB em 2015.

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