Aeroportos do interior de Mato Grosso devem receber, no próximo ano, investimentos totalizados em aproximadamente R$ 35 milhões. O recurso será aplicado tanto na melhoria na infraestrutura das unidades como na construção de novos estabelecimentos. O investimento será direcionado para a conclusão das obras dos aeroportos de Matupá, Juara, Cáceres, Barra do Garças, Rondonópolis, Aripuanã, Pontes e Lacerda e Juína.
Atualmente o Estado tem 4 aeroportos funcionando normalmente com linhas diretas regionais, localizados nos municípios de Alta Floresta (Aeroporto Deputado Benedito Santiago), Sinop (Aeroporto Presidente João Batista Figueiredo), Rondonópolis e de Várzea Grande (Aeroporto Marechal Rondon). Além disso, o governo mato-grossense está pleiteando junto ao Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) outros R$ 30 milhões para terem a mesma finalidade: melhorar as condições dos aeroportos locais. As informações são da secretária de Desenvolvimento do Turismo de Mato Grosso, Vanice Marques, que aponta para a necessidade e emergência da execução dessas obras.
Conforme ela, a construção das unidades aeroportuárias no interior do Estado irá atrair novas empresas do segmento que vão trabalhar interligando diretamente municípios mato-grossenses. Além disso, ela conta que os investimentos deverão ligar Mato Grosso com o resto do país. "Estamos em contato com uma empresa aérea que fará a rota direta partindo de Várzea Grande para Foz do Iguaçu". Ela afirma que hoje há somente duas companhias aéreas que atuam fazendo a rota regional: a TRIP e a Asta. "Existe uma demanda reprimida que precisa ser sanada como por exemplo em Lucas do Rio Verde".
Ela acredita que a finalização das obras dos aeroportos deverá dar uma folga na malha aérea mato-grossense. A necessidade dos investimentos é constantemente ressaltada pelas empresas que operam no Estado. O gerente de operações da Asta, Valmir Alves da Silva, afirma que a ampliação no número de voos dependerá das condições dos aeroportos. Ele ressalta que a empresa tem pretensão de interligar outras cidades mato-grossenses, além de Cuiabá, Juara, Juína e Lucas do Rio Verde.
O gerente de hidrovias e aeroportos da Secretaria de Infraestrutura de Mato Grosso (Sinfra-MT), José Carlos da Silva, complementa que as obras nos aeroportos inclui pavimentação e iluminação das pistas. Conforme a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Mato Grosso tem 44 unidades aeroportuárias, sendo 25 aeródromos e 19 helipontos (heliportos) nas mais diversas situações: asfaltado ou não, com ou sem atividade. Somam ainda 531 aeroportos particulares, em sua maioria localizadas em fazendas. Silva lembra que, do total, serão aplicados R$ 2 milhões para construção do aeroporto de Matupá e outros R$ 2 milhões na unidade de Juara. Já o aeródromo de Barra do Garças passou por uma reforma avaliada em R$ 600 mil. A maioria dos recursos é de origem do Programa Federal de Auxílio a Aeroportos (PROFAA).
Tangará da Serra – É justamente em prol do desenvolvimento econômico que os tangaraenses aguardam com ansiedade a conclusão da obra do aeroporto municipal. Recentemente a prefeitura da cidade recebeu a autorização para iniciar as obras. A secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia de Tangará da Serra, Maisa Santos Coutinho, explica que intenção é atrair empreendedores para a região. O projeto do aeroporto de Tangará está orçado em R$ 7 milhões, proveniente do Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur). O recurso será destinado à construção de área de embarque e desembarque, dez hangares, espaço para abastecimento e para o Corpo de Bombeiros. Quanto à reforma da pista de 1.520 metros, já estão aprovados R$ 600 mil da Secretaria Estadual de Infraestrutura, para a devida manutenção com a colocação de balizas. A previsão é as obras tenham início no primeiro trimestre de 2011. O aeroporto poderá receber aeronaves de até médio porte, como a ART-72, "onde uma companhia já mostrou interesse em operar na região", complementa a secretária.
Sorriso – A Anac também autorizou a reconstrução do aeroporto de Sorriso. O prefeito Clomir Bedin explica que a retomada das obras da unidade, parada desde o primeiro trimestre do ano passado devido a falhas no projeto, representa um avanço para a economia do município. Ele conta que a região era obrigado a usar aeródromos particulares para atender a demanda de passageiros. Para terminar a obra serão desembolsados outros R$ 1,3 milhão, que irão somar aos R$ 4,9 milhões empregados no empreendimento na gestão passada. A previsão é retomar as obras no primeiro trimestre de 2011 com projeção de ficar pronto em 2012. O prefeito ressaltou que estima que as companhias aéreas se mostrem interessadas para fazer as linhas regulares entre Cuiabá e Matupá. Dessa forma, contemplando os municípios de Nova Ubiratã, Vera, Feliz Natal e Matupá.
Água Boa – O município aguarda a autorização da Anac para iniciar as atividades no aeroporto. As obras, inauguradas em abril deste ano, foram orçadas em R$ 4 milhões, afirma o prefeito de Água Boa, Maurício Tonhá. O aeroporto, conta com sinalização noturna e 1,6 mil metros de pista de pouso e decolagem, vai permitir o acesso de aviões de pequeno e médio porte. Segundo o prefeito é um instrumento importante no processo de desenvolvimento da região. Ele ressaltou que o pedido foi encaminhado para a Anac há 6 meses, mas até então não obteve respostas. Por outro lado, a Anac explica que a autorização para construção de aeródromo foi devolvida em agosto deste ano para a prefeitura no intuito de que fossem feitas adequações no projeto. "Até o momento não houve manifestação do município", afirma a assessoria de imprensa da Anac.
Rondonópolis – A unidade aeroportuária passará por expansão na estrutura. O objetivo é dobrar a capacidade no embarque e desembarque de passageiros, que atualmente soma 2 mil pessoas por mês. A informação é do administrador do aeroporto Marinho Franco, Alencar Líbano de Paula.
