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Caseiro que ” derrubou” ministro nega ter sido orientado por Antero e demais senadores

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Em mais de três horas de depoimento na Corregedoria Parlamentar do Senado Federal nesta terça-feira (28), o caseiro Francenildo dos Santos Costa enumerou com detalhes o que o teria motivado a relatar episódios ocorridos na mansão em Brasília apelidada de “República de Ribeirão Preto”. Francenildo começou informando ao corregedor do Senado, senador Romeu Tuma (PT-SP), que a principal motivação que teve “para falar a verdade” foi por ter sido citado no depoimento do motorista Francisco das Chagas Costa à Comissão Parlamentar de Inquérito dos Bingos e, no dia seguinte, ter sido procurado pela Polícia Federal (PF). Francisco era o motorista que conduziu em Brasília, entre 2003 a 2004, Vladimir Poleto, Rogério Buratti e Roberto Carlos Kurzweil.
Após ver seu nome nos jornais, afirmou Francenildo, ele teria ficado preocupado com a situação. No dia seguinte ao depoimento do motorista, a PF foi até a mansão para procurar o caseiro, a pedido da CPI dos Bingos. De acordo com o caseiro, os policiais federais apenas anotaram seus dados e foram embora. Francenildo disse então que, após a visita da PF, ele procurou um amigo, que identificou apenas como Gustavo, para pedir ajuda.
– Gustavo me disse: “tu quer chutar o balde?”, eu disse que queria falar a verdade e ele me disse que me levaria para um gabinete no Senado – informou Francenildo.
O caseiro afirmou então que Gustavo o apresentou a um homem chamado Enéas, que o teria levado, pela primeira vez, ao Senado Federal. Ao chegar ao Senado, disse Francenildo, ele foi apresentado por Enéas ao senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). No gabinete do senador, o caseiro relatou o que sabia sobre os acontecimentos na mansão.
Francenildo frisou que, no momento, sentiu que Antero não estava acreditando em suas palavras, mas mesmo assim o senador o apresentou a uma jornalista de O Estado de São Paulo. Francenildo disse que acompanhou a jornalista até o jornal, onde lhe concedeuuma entrevista, cuja publicação desencadeou os fatos que acabaram culminando na demissão do ministro da Fazenda.
– Recebi Francenildo em meu gabinete, disse que não tinha como apurar o que ele dizia e falei que o indicaria para uma jornalista. Francenildo merece uma comenda! – afirmou Antero.
Depois desta primeira visita ao Senado, o caseiro disse que voltou à Casa apenas no depoimento à CPI dos Bingos (interrompido por liminar do STF) e, pela terceira vez agora, na Corregedoria. Depois de prestar todos os esclarecimentos, Francenildo demonstrou vontade de não mais precisar retornar ao Congresso Nacional.
– Não quero mais vir aqui, não – declarou o caseiro.
Francenildo informou ainda que não conhecia o senador Antero antes do episódio. O caseiro também garantiu que Antero foi o único senador com o qual se encontrou ou falou por telefone antes do depoimento à CPI dos Bingos. Um dos dois advogados de Francenildo, Wlício Chaveiro Nascimento, resumiu as motivações do cliente.
– Ele não foi orientado. Em momento algum ele quis ser um delator. Ele teve seu nome citado na CPI, que pediu à Polícia Federal para encontrá-lo. Isso trouxe receio e medo para ele. Essa foi a motivação – afirmou o advogado.

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