Ao ser convidada para atuar no projeto Cleo on Demand, no qual Cleo reúne mulheres empoderadas e aguerridas para falar de questões sociais inerentes ao universo feminino, Valesca Popozuda se emocionou.
Coube a ela interpretar a Fabiula na série Onde Está Mariana?, que trata sobre o feminicídio.
“Eu me vi na sinopse. Carrego marcas no meu corpo. Minha mãe tem. Minha irmã também. Mais do que ser uma atriz neste trabalho, quis estar aqui para ajudar mulheres. Um dia ajudei minha mãe apagando fogo no corpo dela”, contou a funkeira à reportagem de OFuxico, visivelmente emocionada, no lançamento do novo trabalho, na última terça-feira (1º).
Diante do convite – imediatamente aceito – ela contou com total apoio da mãe.
“Ela me disse: ‘vai lá, minha filha. Ajude a mulheres, faça o que eu não pude fazer”.
Valesca, num misto de desabafo e alerta, abriu o coração e detalhou o relacionamento abusivo que viveu por aproximadamente dois anos.
“Por um tempo a gente se cala, por medo e por vergonha. O meu relacionamento abusivo durou uns dois anos. A pessoa achava que eu tinha que ser submissa. A coisa foi aumentando devagar e quando eu vi que estava indo pra um lado que não era legal, falei chega e meti meu pé”.
A cantora seguiu falando sobre as marcas da violência doméstica.
“Na série os hematomas foram criados. Não são os meus. Carrego marcas não aparentes. Estão na alma. Não se apagam. São marcas emocionais que ficam por mais que a gente fale, conte, ajude. Fica adormecido, mas está ali. Ficam num lugar reservado. Fere. Dói. Eu comecei a falar quando estava ainda na Gaiola. Embora tivesse um público majoritariamente masculino, comecei a cantar para mulheres. Vim de um lar de uma feminista, filha de uma guerreira e resolvi lutar por ela e muitas outras. Quando lancei o livro Sou Dessas – Pronta Para o Combate, comecei a falar mais. Homem a gente encontra em cada esquina pra chamar de gostosa”.
Valesca enfatizou que o fato da série ser exibida no Instagram, é uma forma de usar a rede social de maneira positiva.
“Hoje podemos buscar informações, falar, conversar. Então vamos usar a Internet para o bem, pra fazer algo de bom”.Solteira há um ano, a funkeira enfatizou que está muito bem, priorizando a carreira e sempre se dedicando ao filho, Pablo.
“Estou há 1 ano livre, leve e solta. Gosto de chegar em casa e ter com quem conversar, dormir de conchinha, mas não estou buscando isso agora. Meu filho foi criado por mulheres. Ele não me dá preocupação nenhuma, é bem tranquilo. Ele bem dizer foi criado pela minha mãe, quando comecei a cantar ele tinha 8 meses. Viu tudo o que a avó e a mãe passavam. Ele sempre me deu muito apoio e a gente sempre conversou muito”.