Uma adolescente, de 15 anos, foi localizada pela da Polícia Judiciária Civil, no dia 4 deste mês, no bairro CPA, em Cuiabá. A menina, que é surda e muda, estava desaparecida desde o último dia 31 de março. Essa é uma das ocorrências dos 220 casos de pessoas desaparecidas registrados na Polícia Civil, que foram atendidos pelo Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP), no primeiro trimestre deste ano.
Deste total, 92% foram localizados, representando 202 registros. Apenas 18 pessoas não foram achadas, sendo 196 encontrados com vida, o que corresponde a 97% dos registros. Seis vítimas foram localizadas mortas (Ajarene da Silva Nardes, Marcelino Ramos de Arruda, Nelson Wolfred Shug Neto, Marcos Vinícius Vargas, Lourenço Marques de Araujo e Jonas de Almeida Silva). Deste casos, dois são tratados com homicídios, um foi acidente com veículo, e os demais encontro de cadáver que aguardam os laudos periciais para o esclarecimento.
Ainda de acordo com os dados estatísticos da Polícia Civil, 65% dos desaparecidos são pessoas adultas de ambos os sexos, na faixa de 18 anos a 64, sendo 114 homens e 34 mulheres. Quanto aos adolescentes, o percentual de registro é de 31%, a maioria na faixa entre 12 a 17 anos (39 mulheres e 19 homens).
Boa parte dos casos foi registrada em Cuiabá e Várzea Grande. Mas também houve registros referentes a pessoas que sumiram no interior e em outros estados, as quais tiveram providências tomadas pelo Núcleo.
O delegado titular da DHPP, André Renato Gonçalves, disse que o Núcleo de Pessoas Desaparecidas ao longo dos últimos tem sido estruturado, contando atualmente com três investigadores de polícia, uma escrivã, dois estagiários e um delegado respondendo interinamente, em razão da aposentadoria recente do titular.
“Era muito importante para a unidade a estruturação desse núcleo e não tenho dúvida de que presta um serviço de excelência à sociedade através da DHPP”, disse o delegado.
André Renato ponderou que o Núcleo é um setor importante dentro da estrutura da DHPP, que integra os três principais núcleos da Especializada: o núcleo operacional que investiga, sobretudo, os homicídios consumados, o núcleo de pessoas desaparecidas, e o núcleo de inteligência que dá suporte aos dois primeiros.
O delegado Fausto Freiras é o delegado que responde pelo núcleo atualmente, cumulativamente com o trabalho operacional.
São diversos os fatores que levam adolescentes, jovens e adultos a sumirem de casa. O afastamento do convívio familiar correspondem 59%.
Foi esse afastamento do convívio que levou a jovem D.C.F.L., de 15 anos, a deixar a casa da avó, que tem sua guarda. A menina ficou quatro dias sem manter contato com família, até que foi encontrada pelo Núcleo de Desaparecidos, em um bairro na região do CPA.
Razões não explicadas ou enigmáticas também foram classificadas, sendo elas 35% dos registros, entre outras motivações diversas, apontadas como evasão de custódia legal, subtração por familiares, cooptação para práticas criminosas, etc.
Quando localizados, na Delegacia foram relatadas peculiaridades ou dados da pessoa encontrada. 37% das vítimas eram usuárias de droga. As informações são da assessoria.