A Justiça do Pará deve marcar, em breve, a realização de uma nova audiência na ação penal da morte de Alayne Bento Martins, 23 anos. Ela era moradora de Sinop e faleceu no município paraense, em setembro de 2015. O ex-namorado é acusado de assassinar a jovem e forjar um acidente como causa da morte. No final de agosto, a justiça criminal de Novo Progresso (PA) realizou uma audiência do caso. Porém, o Ministério Público Estadual (MPE) insistiu na oitiva de duas testemunhas. Por tal razão, a Justiça determinou a intimação delas e, em seguida, marcará a data de uma nova audiência.
Em junho, conforme Só Notícias já informou, familiares e amigos cobraram justiça pela morte da jovem. Em Novo Progresso, onde ela morreu, um outdoor foi instalado na avenida Jamanxin. A publicação foi assinada por “pais, irmãs e amigos” e pede que Alayne “não seja só mais uma vítima da violência”. Também faz menção ao Instituto Eric, fundado pelos pais do acadêmico Eric Francio Severo, vítima de latrocínio em 2014.
Em fevereiro deste ano, conforme Só Notícias já informou, a então juíza da 1ª Vara Criminal de Novo Progresso, Rafaela de Jesus Mendes, decidiu manter o recebimento da denúncia e a ação penal contra o principal suspeito de matar Alayne. Em sua decisão, a magistrada apontou que estavam “presentes os pressupostos processuais e as condições para o regular exercício da ação penal, posto que presentes indícios suficientes de materialidade e autoria”.
O réu foi preso, no início de novembro de 2015, em Novo Progresso. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Daniel Mattos Matias Pereira, o réu alegou, ao depor, que a vítima caiu, acidentalmente, de uma caminhonete Dodge Ram, em movimento. No entanto, conforme Daniel, diversas contradições no depoimento motivaram o pedido de prisão preventiva.
Em maio de 2016, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, acatar a solicitação da defesa e conceder habeas corpus para libertar o suspeito. Desde então, ele aguarda o desfecho do processo em liberdade, apesar do STJ ter autorizado uma nova prisão “caso demonstrada a sua necessidade”.
Segundo consta no processo, Alayne estaria bebendo com o suspeito em um bar. Ao entrar na caminhonete, o rapaz teria agredido a jovem, após esta ter se recusado a beijá-lo. Segundo o próprio réu, a vítima abriu a porta do veículo em movimento, se desequilibrou e caiu do automóvel.
Anteriormente, a mãe dela, Ana Cristina Bento de Oliveira, contestou a versão de que a filha morreu em decorrência do acidente. Segundo ela, a filha e o suspeito se relacionaram por cerca de oito meses e estavam separados. Alayne foi até a cidade paraense para passear na casa de amigos e teria encontrado o acusado.
A sinopense morreu dia 29 de setembro. Ela chegou a ser socorrida e encaminhada ao Pronto Atendimento de Novo Progresso, de onde foi transferida para uma unidade médica particular, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu. Ela foi sepultada em Sinop.