A Secretaria de Estado de Saúde continua alerta na luta contra a hanseníase buscando atingir o índice de cura da doença preconizado pelo Ministério da Saúde (MS) de 90% dos casos encontrados. “O Estado está se aproximando rapidamente dessa meta”, informou a técnica da Secretaria de Estado de Saúde na área de hanseníase Eliane Maria Esperândio. “Em 2004 atingiu 86,7% dos 3.378 casos e em 2005 conseguiu 83 % de cura dos 3.556 casos encontrados, significando ainda que existem pacientes sob tratamento, que varia de 6 a 12 meses”. Esse esforço alcança maior significado com a aproximação do Dia Nacional da Luta contra a Hanseníase, em 28 de janeiro de 2007.
Para conseguir melhores resultados, buscando alcançar a meta estabelecida pelo MS, a Saúde do Estado conta com a parceria das secretarias municipais de Saúde. O estado propõe a realização de ações educativas e campanhas de sensibilização na orientação da população sobre a doença. Aos profissionais ligados à área, o destaque é para a importância das notificações precoces da doença, além da busca constante de atingir o índice de cura preconizado pelo Ministério..
Com base num levantamento parcial do ano de 2006, até o momento foram registrados cerca de 3.000 casos novos tendo se conseguido 83% de cura. ”Esse percentual tem sido apresentado por poucos Estados onde a doença ocorre”, ressaltou a técnica da Secretaria de Estado de Saúde na área de hanseníase Eliane Maria Esperândio, enfatizando que a Saúde do Estado continua “intensificando os treinamentos dos profissionais para aumentar a cobertura das ações de diagnóstico, tratamento, prevenção e, acima de tudo, na promoção da reabilitação física dos pacientes que tiveram lesões do agravo”.
As ações de combate e controle da hanseníase estão sendo desenvolvidas em 100% do território do Estado de Mato Grosso, segundo informou Eliane Esperândio. Existem 655 unidades básicas de Saúde espalhadas pelos municípios sendo que 437 dessas unidades desenvolvem ações de controle da hanseníase conseguindo fazer uma cobertura de 67%, o que é também um percentual obtido por poucos Estados do território nacional.
O Estado também busca parcerias com a sociedade civil organizada, entidades filantrópicas e organizações não governamentais. “O trabalho realizado pela Pastoral da Saúde, da Igreja Católica, e a Daw – Associação Alemã de Assistência aos Hansenianos e Tuberculosos tem sido significativo na contribuição da busca da cura da doença no Estado. São entidades que há muitos anos trabalham especificamente com a hanseníase e a parceria que o Estado tem com elas torna indispensável o papel dessas organizações no combate à doença, ressaltando o esforço conjunto de todos os parceiros que, de um forma direta ou indireta contribuem com o Estado na eliminação da doença”, disse Eliane Esperândio.
Para o ano de 2007, a área técnica da Hanseníase da Ses tem como propósito criar um projeto humanizado e hierarquizado com atendimento de qualidade aos portadores da Hanseníase e, cada vez mais, notificar precocemente os casos novos da doença. Dentro desse projeto, estão propostas atividades interligadas com os municípios prioritários como oficinas, confecção de materiais didáticos, assessoria técnica e sensibilização dos gestores. “Nós gerenciamos a aplicação da política do Ministério da Saúde e supervisionamos o combate à doença junto aos municípios. Fazemos isso investindo na qualificação e na sensibilização desses profissionais para que possam atuar no efetivo combate à doença e no fortalecimento das ações”, enfatizou Eliane Esperandio.
O Ministério da Saúde definiu 15 municípios do Estado como prioritários para o combate e o controle da hanseníase: Alta Floresta, Barra do Garças, Nova Xavantina, Cáceres, Cuiabá, Várzea Grande, Juara, Juína, Peixoto de Azevedo, Marcelândia, Rondonópolis, Sinop, Sorriso, Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis e a Secretaria de Estado de Saúde adicionou, a essa lista, os municípios de Água Boa e Diamantino.
Um dos fatores de ocorrência da doença, em Mato Grosso, é o grande fluxo migratório característico da região Centro-Oeste e Norte do País. São os Estados de grandes frentes de trabalho e que mais crescem no seu desenvolvimento econômico. “Diante desse fator, Mato Grosso está preparado tecnicamente, operacionalmente e também com pessoal qualificado para o enfrentamento dessa doença”, esclareceu Eliane.
A hanseníase, por ser uma doença crônica, de período de incubação que leva de 3 a 10 anos para manifestar os primeiros sinais, possui características que dificultam o seu enfrentamento, exigindo, do gestor da Saúde, esforço redobrado e persistência para conseguir a sua erradicação. Porém, com todas as ações que o Estado adotou, e desenvolve, a meta é eliminar a doença como problema de saúde pública até o ano de 2010. “Após essa data o Estado passará somente a controlar a doença, deixando de ser uma endemia”, finalizou.