O período chuvoso torna propícia a proliferação de caramujos africanos. Como está ocorrendo em vários municípios do Nortão, o ressurgimento dos caramujos já chegou a Nova Mutum e causa apreensão na população. A Vigilância Ambiental já começou a receber denúncias sobre o aparecimento do molusco, de acordo com a assessoria.
Ano passado, o município teve que montar uma estratégia de controle e eliminação adequada dos caramujos. Uma das alternativas é fazer a coleta nos locais onde forem detectados os moluscos. Para coletar as mãos devem estar protegidas com luvas ou sacos plásticos para evitar o contato da sua secreção com a pele humana. Os caramujos devem ser colocados em sacos plásticos, amassados e enterrados com cal virgem. A cal evita a contaminação do solo e do lençol freático.
Uma medida que auxilia no controle dos moluscos é manter limpo e sem entulhos os terrenos sem construções, medida esta que depende do empenho de toda comunidade. Os caramujos africanos diferem-se das espécies nativas pela sua cor marrom amarelada e por se reproduzirem em larga escala.
O molusco foi introduzido no Brasil como uma versão do escargot, mas depois descobriu-se que a espécie não é comestível e transmite doenças. Trata-se de um molusco grande, terrestre, que, quando adulto, atinge 15 centímetros de comprimento e 8 centímetros de largura, com mais de 200 gramas de peso. A cada dois meses, um caramujo põe 200 ovos.
A simples manipulação desses moluscos vivos pode causar contaminação, pois dois tipos de microorganismos perigosos são encontrados em sua secreção. Um deles é o Angiostrongytus costaricensis, causador da angiostrongilíase abdominal, doença que pode resultar em morte por perfuração intestinal, peritonite e hemorragia abdominal. Os sintomas são dor abdominal, febre prolongada, anorexia e vômito. O outro é o Angiostrongylos cantonensis, causador da angiostrongilíase meningoencefálica humana, que tem como sintomas dor de cabeça forte e constante, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso.