A Secretaria de Estado de Saúde, na gestão das políticas de controle de doenças transmissíveis como a malária, não exerce unicamente o papel de executora das ações. Uma das preocupações do secretário de Estado de Saúde, Marcos Henrique Machado, é a constante avaliação de campanhas desenvolvidas, sempre com o objetivo de encontrar meios de otimizar o combate e controle das doenças transmissíveis e planejar ações futuras.
A realização do II Encontro Estadual da Malária, entre os dias 20 e 22 de junho, no Hotel Eldorado, em Cuiabá, vem atender justamente a esse propósito duplo: será avaliado o plano de controle da doença executado pela Secretaria de Estado de Saúde durante o primeiro semestre deste ano e debatido o planejamento das ações para o segundo semestre de 2005 e para todo o ano de 2006.
O evento será aberto pelo secretário de Estado de Saúde, Marcos Henrique Machado, às 20 horas desta segunda-feira (20), e contará com a presença do superintendente de Saúde Coletiva, Luiz Fernando Rogério, o representante do Programa Nacional de Controle da Malária (PNCM) do Ministério da Saúde (MS), Rui Moreira Brás, dos diretores dos Escritórios Regionais de Saúde (ERS) e dos gestores municipais de saúde envolvidos no programa de controle da malária.
De acordo com a coordenadora da Vigilância Epidemiológica da Saúde, Beatriz Alves de Castro Soares, a meta é reunir 100% dos gestores de saúde dos 21 municípios prioritários no controle da malária, entre eles, Aripuanã, Colniza, Juína, Juruena, Confresa, Santa Terezinha, Vila Rica, Alta Floresta, Paranaíta, Peixoto de Azevedo, entre outros. “O encontro tem como importância a reunião entre gestores, estabelecimentos de parcerias e a garantia de continuidade na prevenção, controle e vigilância constante do combate à malária no Estado de Mato Grosso”, disse. Nos dias 21 e 22, o evento acontece em período integral, com início às 8 horas da manhã.
Beatriz Castro explica que além de ser um dos Estados que compõem a Amazônia Legal, com floresta e clima tropical, Mato Grosso possui outros fatores determinantes para a transmissão da malária: aberturas de assentamentos e acampamentos desorganizados, áreas de garimpos e o fluxo migratório da população dos Estados de Rondônia e Amazonas ocasionando ocupação desordenada.
Em 2004, o Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Malária (SIVEP) registrou 6.460 casos da doença em Mato Grosso. A região Noroeste respondeu por 60% desses casos, sendo Colniza (a 1.065 quilômetros de Cuiabá, região Noroeste do Estado) o município de maior registro, com 2.103 casos. Neste ano, foram notificados 3.144 casos no Estado.
Beatriz Castro lembrou que desde o início de março deste ano, a Saúde por meio da Superintendência de Saúde Coletiva (Susac), com apoio do Ministério da Saúde, dos Escritórios Regionais e Secretarias Municipais de Saúde, montou uma força tarefa e intensificou as ações de controle e combate à malária na região Noroeste do Estado, especialmente, nas cidades de Aripuanã, Colniza, Juína e Juruena. Técnicos da área de saúde realizaram reuniões com gestores municipais, mapeamento das áreas de riscos como locais de assentamentos, garimpos, madeireiras e mineradoras, bem como a busca ativa de casos. “Todos os esforços para combater a malária devem ser encarados como prioridades”, disse.
Além de ter como objetivo a pactuação das ações nesses municípios para que haja continuidade das atividades e definição das atribuições de cada um no enfrentamento do agravo, ações como estas têm como objetivo evitar o retardo no diagnóstico e visam o tratamento precoce da malária, uma doença infecciosa causada por parasitas (protozoários do gênero Plasmodium), que são transmitidos de uma pessoa para outra pela picada de mosquitos (fêmeas) do gênero Anopheles. No Brasil, destacam-se duas espécies do protozoário o Plasmodium falciparum e o vivax. Não há vacinas disponíveis contra a malária.