Manter uma rotina de acompanhamento médico ainda é a melhor forma de combater o câncer, pois um tratamento precoce possui quase 100% de chances de cura. O assunto foi debatido durante o 1º Simpósio de Uro-oncologia realizado em Cuiabá, no final de semana, com o especialista João Luis Fernandes, radioterapeuta responsável pelo tratamento do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Roussef. Fernandes ressaltou que o diagnóstico precoce é a chave da cura, além disso, ele destaca a importância da prevenção como um tratamento mais barato e eficaz. Ele defende mais investimentos nas campanhas de orientação à população e reforçar também o nível do centro acadêmico como ponto fundamental para o combate ao câncer.
“Todo tumor descoberto na fase precoce tem cura. É preciso que a população tenha orientação e além da prevenção manter uma retina de check up nos médicos. Além disso, é bom lembrar que fumar causa câncer, no caso do câncer de mama o autoexame pode ajudar na detecção. A educação vem da escola e dos centros acadêmicos e esta informação precisa ser levada ao alcance da população”, ressaltou o médico, do Hospital Sírio Libânes.
O radioterapeuta apresentou aos participantes do evento a melhoria e novas metodologias de tratamento. Para ele,, o desafio na área é descobrir uma forma de reduzir as dose aumentando a eficácia e com menos efeitos colaterais.
O presidente da Sociedade Brasileira de Urologia – seccional de Mato Grosso (SBU-MT), Newton Tafuri, destacou a importância do evento para a comunidade médica de Mato Grosso e para toda a sociedade que é a maior beneficiada com a qualificação profissional dos profissionais da saúde. Tafuri ressaltou que esta é a primeira vez que Cuiabá reúne uma equipe de renome para discutir ações e tratamentos contra os cânceres de próstata e de rim, além de doenças que afetam o sistema urológico. Ele destaca ainda que o câncer de próstata é o mais comum nos homens tanto no Brasil quanto o mundo.
Segundo o urologista, um a cada seis acima de 40 anos são afetados pela doença que não possui nenhum fator causador e está associada à idade e a hereditariedade. Detectado no começo, a doença tem um índice de cura acima de 90%. Porém, é importante o acompanhamento médico sendo necessária uma visita por ano ao urologista.
Já o câncer de rim é mais raro e tem algumas peculiaridades, pois ainda não responde muito bem aos tratamentos, por isso em quase 100% dos casos é necessário o procedimento cirúrgico. Além disso, é um tipo de doença que demora a apresentar sintomas, dificultando o tratamento precoce.
O médico oncologista Guilherme Bezerra, um dos responsáveis pela organização, destaca que atualmente existem exames como o PSA, feito através da retirada de sangue, que já ajuda no diagnóstico, mas ainda não é 100%. Porém, associado à ultrassonografia pode ter bastante eficácia. Isso já é um ponto positivo, ao lembrar que muitos homens retardam o diagnóstico por preconceito ao exame de toque, indispensável em algumas ocasiões. Para Bezerra, “não se deve ter medo do câncer e sim de morrer com câncer, pois existem tratamentos e muitas pessoas vivem normalmente após enfrentar a doença”.
O evento foi promovido pela Sociedade Brasileira de Urologia – seccional de Mato Grosso (SBU-MT), com patrocínio do Núcleo de Terapia Especializada em Cancerologia (NUtec) do Hospital Santa Rosa.