A Secretaria de Estado de Saúde vai às escolas públicas e privadas na orientação sobre a doação de órgãos e os serviços que o Estado tem na área de transplantes. As escolas vão receber equipes técnicas da Central Estadual de Transplantes que, por meio de palestras, estarão explicando às comunidades escolares quem realmente são os potenciais doadores de órgãos. As palestras foram preparadas de uma forma interativa onde os alunos poderão perguntar sobre os mitos e as realidades no processo de doação e todos os procedimentos necessários para o ato da doação.
As primeiras beneficiadas serão as Escolas Estaduais Liceu Cuiabano e Presidente Médice. Cada palestra terá uma duração média de uma hora e trinta minutos. Para efetivação dessa ação de conscientização em massa farão parte da equipe técnica uma psicóloga e uma enfermeira. “Nesta primeira etapa iremos realizar uma palestra em cada escola. Pretendemos atingir a maior parte das escolas públicas e privadas de Cuiabá e Várzea Grande. A partir daí iremos planejar outras formas de abordagens”, enfatizou a psicóloga e membro da Comissão Permanente de Divulgação e Capacitação de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, Roseli Seror Cuiabano.
Roseli Seror Cuiabano, disse que “o assunto sobre doação de órgãos sempre ocorre em reuniões familiares onde surgem dúvidas quanto a aspectos pontuais da doação. O fator psicológico da família, que ocorre quando há morte de entes queridos, impede muitas vezes a idealização da doação e a concretização da vontade do doador, que foi manifestada em vida. Falar em doação é, ao mesmo tempo, falar em morte. As dificuldades se esbarram nos sentimentos. Por isso que é necessário massificar o assunto junto ao alunado. São eles que levam as informações para dentro de suas casas”.
O órgão doado deve ser captado logo após o falecimento do doador e tem um prazo útil para ser reutilizado com benefício em outra pessoa. Isso requer, no ato do falecimento, a retenção do corpo do doador por parte do corpo clínico do hospital. “O mito, neste caso, é que o corpo do ente querido fique todo deformado quando devolvido à família para o velório. As técnicas de retirada de órgãos como pele e ossos, são eficientes. Todo o corpo é reconstruído com próteses artificiais não deixando nenhuma deformidade. Essas técnicas serão demonstradas aos alunos”, ressaltou Roseli.
Uma outra abordagem será a de informar sobre as ações e serviços que o Estado tem no processo de doação e transplantes. Dando continuidade aos trabalhos de formação das comissões intra-hospitalares, no próximo dia 24 de junho, os profissionais do Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande serão sensibilizados para formação de mais uma comissão e posteriormente capacitados para atuação nas unidades. “É importante dar o acesso à informação e conscientizar sobre o assunto porque só assim conseguiremos aumentar o número de doadores e, conseqüentemente, realizar os transplantes necessários ao Estado”, informou.
Central de transplantes
A Secretaria de Estado de Saúde já implantou a Comissões Permanentes de Divulgação e Capacitação de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), em Cuiabá, nas unidades do Hospital e Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC), Hospital do Câncer, Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá, Hospital Universitário Júlio Muller e Hospital Santa Helena. As comissões têm o dever de notificar à Central Estadual de Transplantes nos casos de morte encefálica ou coração parado, além de capacitar e sensibilizar o corpo clínico desses hospitais sobre o processo de doação de órgãos e tecidos
De acordo com Roseli Seror, essas comissões começaram a ser formadas a partir da portaria de nº 1.752 do Ministério da Saúde, iniciado em 2004, que determina a constituição dessas Comissões em hospitais públicos, privados e filantrópicos com mais de 80 leitos. Roseli ressalta ainda que no mês de junho os profissionais do Pronto Socorro Municipal de Várzea Grande serão sensibilizados para formação de mais uma comissão e posteriormente capacitados para atuação nas unidades.
Serviços
Mato Grosso oferece atualmente os serviços de transplantes de córneas, rins e enxerto ósseo. Hoje, 1327 pessoas estão cadastradas nas filas de espera por um doador, desses 907 aguardam por um transplante de rim e outras 420 esperam por um transplante de córnea.