A Secretaria de Estado de Saúde, na aplicação das políticas públicas para serviços de média e alta complexidade, desenvolve por meio do Serviço de Assistência Especializada (SAE), o Programa Estadual de DST/Aids voltado ao tratamento e acompanhamento das doenças sexualmente transmissíveis e da Aids. Além de Cuiabá, que conta com o SAE municipal e estadual, o serviço funciona nos municípios de Sinop e Rondonópolis e está sendo implantado em Várzea Grande, Alta Floresta, Juara, Cáceres, Diamantino e Barra do Garças.
Referência estadual para o diagnóstico, tratamento e acompanhamento clínico das pessoas portadoras do HIV ou doentes de aids, o Serviço de Assistência Especializada também fornece os medicamentos e exames CD4/CD8, carga viral e genotipagem. O teste de genotipagem, por exemplo, possibilita a obtenção de informações ligadas à capacidade do vírus HIV de resistir aos medicamentos anti-retrovirais disponíveis e contribui nas ações de combate a doença.
De acordo com a gerente do Programa Estadual de DST/Aids, a educadora Marlene Lopes Plaster, a exceção da Capital, Sinop e Rondonópolis, o SAE estadual atende todas as demais cidades de Mato Grosso. Entretanto, a proposta da Saúde é descentralizar e implantar o serviço nas 13 microrregiões do Estado, que também já contam com os Centros de Testagem e Acompanhamento (CATs). “A intenção do Estado é cada vez mais descentralizar os serviços, para facilitar o atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde e a adesão ao tratamento”, disse. Além de promover ações básicas de prevenção das DST/Aids, que são de responsabilidades dos municípios, o SAE também é um centro formador realizando capacitação em serviço ou se deslocando para outras cidades mato-grossenses, propiciando ainda espaços para estágios.
No SAE, os portadores de HIV, doentes de Aids e outras DSTs contam com o acompanhamento feito por uma equipe multidisciplinar formada por infectologista, nutricionista, psicologistas, assistentes sociais, enfermagem, ginecologista, urologista, pediatra (adulto e infantil), farmacêutico, educador e serviço de odontologia, que será repassado ao Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais (Ceope). O SAE tem 1.998 pacientes cadastrados, entre portadores do vírus e doentes de Aids.
Conforme Marlene Lopes, atualmente, foi eliminada a expressão “grupos de risco” ao se falar da Aids. A doença atinge, hoje, todos os segmentos da população. Toda a estatística sobre a doença pode ser questionada por alguns motivos. Em média as pessoas realizam o teste cinco anos após estarem infectadas com o vírus HIV, quando os primeiros sintomas da doença aparecem. Por isso, milhares de pessoas desconhecem sua condição sorológica, se possuem ou não o HIV em seu corpo. Mas conhecer sua condição quanto à Aids e ter livre acesso ao tratamento é um direito do cidadão, sem nenhum custo para ele. As gestantes também devem exigir o seu teste HIV, VDRL e hepatites. “Quanto mais cedo a descoberta de sua condição sorológica mais fácil o seu controle”.
Os Centros de Testagem e Acompanhamento estão à disposição da população para a realização dos exames e encaminhamento ao Serviço de Assistência Especializada. Neles os usuários do SUS encontram aconselhamento tanto antes como depois do testes de HIV, VDRL (Sífilis) e, em breve, de hepatites virais. Os exames são oferecidos gratuitamente a todas as pessoas que desejarem fazê-los e os resultados são confidenciais.
Em Cuiabá, os locais onde se podem realizar os testes estão localizados no Centro de Referência de Média e Alta Complexidade (Cermac), na Rua Thogo Pereira S/Nº, Porto, na avenida Miguel Sutil nº 2880, bairro Jardim Paulista e nas policlínicas do Coxipó, CPA I, Verdão, Dom Aquino e Planalto. Os CTAs também podem ser encontrados nos municípios de Água Boa, Feliz Natal, Guiratinga, Juína, Nova Santa Helena, São Félix do Araguaia, Sorriso e Jaciara.