Antes mesmo de iniciar os trabalhos, de forma oficial, os membros da comissão que vai fazer um minucioso levantamento na estrutura organizacional da Assembleia Legislativa, já falam em “irregularidades e anormalidades” que incluem funcionários fantasmas morando em outros países, mas recebendo e salário de servidor que chega a R$ 71 mil. Ao comentar sobre o assunto, o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) disse que os levantamentos preliminares causaram preocupação, pois mostram um “excessivo gasto de dinheiro com uma estrutura gigantesca de pessoal, desnecessária e obsoleta”.
Ao lado do deputado Eduardo Botelho (PSB), o tucano será responsável por fazer uma espécie de “devassa” e levantar todos os gastos com pessoal, bem como cruzar dados para saber quantos estão na ativa, quais estão aposentados e quem seriam os “fantasmas”. De acordo com o parlamentar, a comissão deve ser constituída na próxima semana, por isso ainda não começou a trabalhar. Serão pelo menos 60 dias de trabalhos e ao final será publicado um documento com a relação de todos os servidores na ativa, aposentados e pensionistas, bem como seus respectivos salários.
“Já encontramos todo tipo de irregularidade que nos deixam bastante preocupados com o excessivo gasto, salários astronômicos e inexplicáveis, servidor que consta como se estivesse na ativa, mas morando nos Estados Unidos. Já temos informações verídicas de vários servidores morando no exterior e ganhando pela Assembleia como funcionário ativo”, antecipa o parlamentar.
Até o momento, segundo Wilson Santos, já foram identificados salários de R$ 71 mil, R$ 32 mil e R$ 27 mil. “Não sabemos exatamente os motivos. Eu também quero uma resposta para isso”, ressaltou o tucano quando questionado se tais valores seriam gratificações ou outros benefícios somados aos salários.
Transparência
De acordo com o tucano, a comissão será criada com intuito de ajudar a tornar a Casa totalmente transparente. Com o levamento em mãos serÁ avaliada toda a estrutura para decidir em quais pontos poderão enxugar gastos. Com base em alguns dados já verificados, ele considera que a Assembleia utilizou “absurdamente” a estrutura como “cabide de emprego”.
O parlamentar acredita que a comissão terá muito trabalho, pois segundo ele, sempre foi difícil encontrar informações sobre a movimentação financeira da Assembleia. “Esse levantamento é inédito, nunca foi feito antes. Era uma caixinha fechada. Agora a sociedade vai conhecer a Assembleia por dentro. Vai ser um trabalho transparente e muito rigoroso. Vamos colocar uma lupa e investigar tudo”, destaca.