A cúpula da CPI dos Correios deve adiar a votação do relatório final até terça-feira. O presidente da CPI, senador Delcídio Amaral (PT-MS), disse que deve pedir vista para assim dar tempo do relatório final ser lido por todos os integrantes da comissão.
Depois disso, o texto pode sofrer alterações, já que os parlamentares podem apresentar sugestões de mudança no relatório final.
Uma das possibilidades em estudo pela ala governista é apresentar um relatório paralelo. Esse relatório alternativo livraria a maior parte dos nomes citados no texto original. Outra hipótese é a apresentação de destaques, que podem alterar o relatório original.
O relatório final da CPI dos Correios vai sugerir o indiciamento de dois ex-ministros e de 19 deputados investigados pela comissão, a maior parte envolvida com o suposto “mensalão”. No total, o número de indiciamentos deve chegar a 130.
O relator Osmar Serraglio (PMDB-PR) diz no documento haver indícios de prática de crime eleitoral, sonegação fiscal e, em alguns casos, de corrupção. Nessa lista, está o ex-deputado e ex-ministro da Casa Civil José Dirceu (SP).
O ex-ministro Luiz Gushiken e o ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira também constam do relatório como possíveis indiciados. Todos serão encaminhados ao Ministério Público para que sejam investigados.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é apenas citado no relatório. Serraglio relatou no documento que o ex-deputado Roberto Jefferson informou o presidente da existência do mensalão.
O mesmo acontece com Fábio Luiz Lula da Silva, o Lulinha, filho do presidente. Lulinha é dono da Gamecorp, empresa que recebeu aporte de capital de R$ 5 milhões da Telemar mais R$ 5 milhões anuais para publicidade.
Relatório extenso
O documento final da CPI dos Correios é o maior já produzido por uma comissão parlamentar de inquérito. O relatório da comissão deve passar de 7.000 páginas, levando-se em consideração os anexos.
São três volumes: o primeiro é exclusivamente feito por Serraglio, um trata de contratos e há outro especificamente para tratar do valerioduto. A parte principal do documento tem 1.800 páginas.