Cerca de trezentos manifestantes, a maioria trabalhadores rurais ligados ao MST, bloquearam o trânsito de veículo, durante toda a manhã de ontem, na BR-174, principal via de acesso terrestre dos estados amazônicos ao sul do País. A ação iniciada às 7h, nas imediações da ponte Marechal Rondon, sob o
rio Paraguai, em Cáceres, fez parte da Jornada Nacional de Lutas. Durante o manifesto houve protesto de caminhoneiros. Um vendedor de produtos farmacêuticos tentou romper a barreira, mas foi impedido por patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Até mesmo um veículo da Secretaria de Justiça e Segurança Pública que levava autoridades para um júri na cidade de Rio Branco foi impedido de prosseguir viagem. Durante o protesto formou-se uma fila de cerca de 10 quilômetros de veículos nos dois sentidos da rodovia, impossibilitando a passagem tanto de
quem viajava de Cuiabá com sentido a Rondônia e vice-versa. A PRF designou uma equipe de patrulheiros para coordenar o trânsito.
Durante mais de quatro horas só foi permitido a passagem de veículos com pessoas doentes. Às 12h após a liberação da rodovia, os protestantes seguiram para a prefeitura. Temendo possíveis confrontos, o prefeito Ricardo Henry, liberou os funcionários no período da tarde. Os secretários Renancildo Soares França (Governo) e José de Assis Guaresqui (Obras) foram encarregados a recepcionar os trabalhadores.
O movimento coordenado pelo MST, sindicatos, Igrejas e pastorais apresentaram uma pauta de 14 itens. Entre elas o que exige a manutenção do veto presidencial a emenda 3, considerada uma tentativa da retirada de vários direitos trabalhista; aceleração do processo de reforma agrária para assentamento de centenas de trabalhadores acampados na região; contra o agronegócio e acordo do etanol com os Estados Unidos e contra a extinção da Polícia Florestal.
O ato encerrou à noite com outros manifestos e apresentação de peças teatrais na sede da Universidade do Estado de Mato Grosso – Unemat


