O indicado para presidir a Agência Reguladora de Sinop (Ager), Jaime Dalastra, deve ser sabatinado pelos vereadores, esta tarde, na câmara municipal. A inquisição é uma exigência legal – criada em 2017 por uma emenda à lei de implantação da Ager em 2014 – que prevê a indicação do presidente por parte Poder Executivo com a anuência do Legislativo, que deve investigar as condições do candidato para ocupar o cargo.
Dalastra é irmão da prefeita Rosana Martinelli (PR) e ocupava a secretaria de Governo. Ele foi exonerado e ainda não foi divulgado o nome do seu sucessor. Se aprovada a indicação, ele poderá suceder José Almiro Müller, exonerado no começo do mês, e muito criticado pelos vereadores.
Diante dos parlamentares, o principal enfrentamento de Dalastra deve ser a respeito da fiscalização do contrato firmado entre o Município e a concessionária responsável pela distribuição de água e coleta de esgoto em Sinop. A bancada de oposição, formada pelos vereadores do PSDB, mais o vice-presidente do legislativo, Leonardo Visera (PP), que trabalha de forma independente, tem questionado sistematicamente todos os benefícios concedidos à empresa.
Visera que é o autor da emenda à lei criando a exigência da sabatina, lamentou o prazo curto para a preparação do interrogatório e defendeu que ele fosse feito em sessão aberta, mas confirmou que a revisão do contrato com a empresa de água e esgoto deve ser um dos principais assuntos da pauta. “Quero saber qual vai ser a função dele na Ager. Se for igual ao que estava no passado, não vai resolver em nada”, analisou.
O vereador Ícaro Severo (PSDB), que coletou assinaturas populares pedindo o cancelamento do contrato e que, sistematicamente, tem se colocado contra os benefícios para a empresa, disse que vai passar o restante do dia estudando e se preparando para confrontar Dalastra. “A sabatina foi oficializada ontem e não temos muito tempo para nos preparar. Temos que ver se a pessoa eu vai assumir tem conhecimento de onde vai trabalhar e do que vai tratar”, concluiu.