O que a princípio parecia mais uma dor de cabeça para o governo do Estado e para o governador Silval Barbosa (PMDB) já que se tratava de quase 100 vereadores de 12 municípios do Médio-Norte pedindo “socorro” para a saúde em suas localidades, acabou se tornando uma reunião política de compromissos assumidos e que reforçou a posição do secretário de Saúde, Mauri Rodrigues de Lima, que estaria passando por um processo de ‘fritura” política.
Silval, além de se reunir com vereadores liderados pela presidente da União das Câmaras Municipal de Mato Grosso (UCMMAT), Ismailli Donassan (PSD), demonstrou determinação ao informar que o secretário de Saúde estava empenhado em cobrar resultados das Organizações Sociais de Saúde (OSS) e autorizado a colocar uma fiscalização ‘in loco” dentro de todas as unidades públicas administradas ou não por OSS.
“Vamos fazer um pente fino, fiscalizar na prática, que é nossa obrigação enquanto gestor público”, disse o governador Silval Barbosa lembrando que em menos de 60 dias todos os pagamentos estarão rigorosamente em dia.
Tanto o governador como o secretário evitaram tratar do momento delicado apontado pelo Partido Progressista que seria o avalista da indicação de Mauri Rodrigues de Lima para a Secretaria de Saúde, mas o presidente interino da Assembleia Legislativa, deputado Antônio Azambuja (PP) assinalou que não existe indisposição com o secretário ou mesmo com o governo, e sim a busca de soluções para os problemas. “Prefeitos e vereadores, além é claro da população batem às portas dos deputados cobrando soluções para os impasses na área de saúde e isto exige de nós a tomada de posição e principalmente cobrar do governo do Estado, este é nosso papel”, frisou Azambuja.
Silval Barbosa admitiu conversar com o PP e reafirmou que a indicação foi do partido e que na sua concepção o secretário Mauri Rodrigues de Lima, dentro das possibilidades e das dificuldades encontradas está aos poucos colocando a casa em ordem e sinalizou que tem nos partidos aliados seu suporte mais importante, mas que não abre mão de tomar as decisões que considera correta e que são de sua competência enquanto governador do Estado.
A presidente da UCMMAT, Ismailli Donassan foi protagonista de uma discussão ao final da reunião dos vereadores ao ligar para o diretor responsável pelo Hospital de Colíder que é adminis- trado pela Organização Social de Saúde OSS do Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (IPAS) que atende a região ao cobrar do mesmo o pagamento dos salários dos médicos referente ao mês de abril.
Por celular em viva-voz o responsável negou ter recebido o repasse da Secretaria de Saúde do Estado, quando o secretário Mauri Rodrigues de Lima, desmentiu o mesmo e apresentou documentos de repasses efetuados na última sexta-feira referentes ao mês de abril e confirmou ainda repasses anteriores já concretizados.
Ao final do encontro o governador Silval Barbosa (PMDB) confirmou a construção do Hospital Regional de Tangará da Serra com R$ 18 milhões de emendas federais do senador Jaime Campos (DEM) e dos deputados Júlio Campos (DEM) e Eliene Lima (PSD), outros R$ 10 milhões do Governo do Estado, restando a Prefeitura Municipal através do prefeito Fábio Junqueira (PMDB) a responsabilidade pela área pública para construção da nova unidade, o que ficou confirmado na reunião pelo deputado Wagner Ramos (PR).
“Já pedi ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha a liberação dos recursos federais de emendas com a contrapartida do Estado para construção, aparelhamento e funcionamento do Hospital Regional de Tangará da Serra”, frisou o governador aos vereadores. O chefe do Executivo cobrou ainda esforços dos vereadores, prefeitos dos 12 municípios para pleitearem junto a bancada federal para conseguirem emendas emergenciais que poderiam ser somadas aos esforços do Governo do Estado para deixar iniciadas e em execução as obras de um novo Hospital Regional, desta vez em Comodoro, o que se for concretizado seria a redenção de toda a região que representa quase 300 mil habitantes.