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Silval destaca preocupação com infra-estrutura em discurso de posse

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O governador Silval Barbosa disse, em seu discurso de posse, esta manhã, que divide o peso da responsabilidade de administrar o Estado, com seu secretariado. Apontou que está preocupado “profundamente com a infraestrutura de escoamento de toda a nossa produção. Isso nos demandará enorme e indispensável articulação com o governo federal, tanto diretamente como através da nossa bancada parlamentar federal, para alavancarmos soluções de curto prazo com resultados eficientes.

Leia o discurso de posse de Silval:

Esta solenidade de posse se torna mais significativa porque resulta do cumprimento do ritual democrático das eleições livres e soberanas pelo povo mato-grossense.

Foram 759.805 mil votos espontâneos e legítimos, que nos impõem a responsabilidade de bem atender a toda a sociedade mato-grossense, hoje composta por 3 milhões e 33 mil habitantes, na direção do seu futuro.

Eu e minha família vimos de uma origem modesta. Chegar ao mais alto cargo da administração pública deste glorioso Estado, é uma honraria que gostaria de compartilhar com os meus pais, irmãos, parentes e com todos os 3 milhões e 33 mil habitantes, cuja grande maioria não nasceu em berço mato-grossense. Porém, todos se radicaram e adotaram esta pátria como a sua pátria escolhida e amada.

Cheguei a Mato Grosso aos 16 anos, em 1977. Vivi aqui esses últimos 33 anos, mais do dobro que vivi no Paraná, onde nasci. Casei-me e nos mudamos para cá imediatamente, Roseli e eu, ela uma jovem de 17 anos.

Meus três filhos, Rodrigo, Carla e Ricardo são mato-grossenses. Meus pais e meus irmãos continuam vivendo em Matupá, cidade que ajudamos construir, vimos nascer, crescer e onde nos fixamos. Nela tive a felicidade de ser prefeito de 1993 a 1996, e tive também a oportunidade de construir dois mandatos como deputado estadual, representando a grande região Norte de Mato Grosso.

Como deputado estadual, fui Primeiro-Secretário e Presidente desta Augusta Casa. Aqui aprimorei meus conhecimentos políticos e me habilitei a lidar com os macroproblemas da política, da economia e da sociedade mato-grossense.

E foi, também, daqui, que saí como candidato a vice-governador na chapa de reeleição do governador Blairo Maggi em 2006. Saímos vitoriosos e pude então conviver com as problemáticas da gestão estadual. A soma de todas essas experiências de gestão administrativa e política, mais a vivência na região Norte, com todas as suas dificuldades da época, credenciaram-me a candidatar-me a governador nas eleições de 2010.

Em eleição democrática, civilizada e legítima, junto com o meu vice, também ex-deputado estadual Chico Daltro, saímos vitoriosos.

E hoje estamos aqui diante deste plenário formado por deputados representantes legítimos de toda a sociedade mato-grossense, para cumprirmos o preceito constitucional de tomar posse em nossos cargos.

Ao longo dos últimos 9 meses, como seu vice, tive a felicidade de substituir o governador Blairo Maggi, que se desincompatibilizou para concorrer vitoriosamente ao Senado Federal.

Portanto, tomo posse absolutamente consciente da missão a que me impus, e que foi referendada pelos eleitores de Mato Grosso.

Sei que a gestão pública moderna não se resume apenas ao exercício do poder político. Ela é antes de tudo um exercício de prospecção do presente, do futuro e de construção de estratégias prevendo sempre cenários vindouros.

Sei que de mim e da minha equipe de secretários que serão empossados daqui a pouco, serão cobradas respostas aos anseios de 3 milhões de mato-grossenses.

Os desafios que nos esperam foram contemplados em nosso plano de governo, amplamente divulgado durante a campanha eleitoral. Os desafios na medida em que forem cumpridos por nossa administração, responderão aos anseios da sociedade.

Nossa visão de futuro será a nossa missão.

Ela contemplará antes de tudo uma visão humanista. Todos os planos e ações de governo terão necessariamente que responder a uma questão: eles produzirão transformações sociais?

Se a resposta for sim, serão implementados. O humanismo caminha para ser a marca pragmática e espiritual de qualquer gestão, seja pública ou privada. O marketing moderno já assinala que nenhuma ação de negócios será validada, se não responder a quesitos emocionais e espirituais do público a que se dirige.

Muito mais na administração pública!

Nosso foco de resultados será humanista pelas transformações sociais que promova, mas respeitando sempre a sustentabilidade econômica, social e ambiental.

O governo de Mato Grosso vem estimulando nos últimos anos a instalação de projetos econômicos modernos em diversas regiões menos favorecidas do Estado, a fim de promover desenvolvimento econômico. De certo modo, isto representa a sustentabilidade social, na medida em que protege os valores culturais, sociais e humanos das populações desses municípios e regiões próximas.

De outro lado, sustentabilidade social é, também, promover a educação formal e a profissional via a construção de recursos humanos para o mercado de trabalho, aproveitando as pessoas que vivem em lugares onde se implantam projetos econômicos.

Nenhuma comunidade regional ou estadual se preservará com dignidade, se não respeitar os seus valores humanos representados pela cultura, pela sociologia e pela sua origem histórica.

Mato Grosso viveu na década de 2000 períodos críticos na questão da sustentabilidade ambiental, ainda que grande parte tenha sido herança do modelo de colonização implantado no Estado ao longo dos últimos 35 anos.

Porém, de todas as críticas na mídia nacional e internacional, restou um grande aprendizado que nos levou a um imenso salto de modernidade no trato ambiental.

Hoje a nossa sustentabilidade ambiental é invejável. Somos o primeiro produtor brasileiro de grãos, sem ampliação de novas áreas ao processo agrícola. Ao contrário, produzimos mais em áreas cada vez menores, graças à tecnologia e à imensa capacidade de inovação dos nossos produtores.
Reduzimos os desmatamentos a níveis muito baixos e regulamentamos esse tema, tanto pelo aparelhamento da Secretaria de Meio Ambiente, como pela criação do Cadastro Ambiental Rural, medida eficiente para regularizar as pendências das propriedades rurais.

Não posso deixar de registrar o esforço dos nossos empreendedores e produtores rurais em investirem no melhoramento das técnicas de produção, de modo a proteger e conservar o meio ambiente. No futuro os historiadores haverão de registrar essa extraordinária revolução ambiental do governo estadual e dos empreendedores em curtíssimo prazo.

Olho para o futuro de Mato Grosso com a visão de fé.

Este estado passou por profundas mudanças de desenvolvimento em poucos anos. De um Estado periférico na década de 1990, responde hoje por 38% do superávit da balança de pagamentos do Brasil.

Sozinho, Mato Grosso exporta mais do que todos os estados da região Centro-Oeste somados. E mais produzirá e mais exportará na medida em que a nossa gestão puder criar mecanismos e condições para aumento da produção.

Na sua posse em 1995, aqui nesta mesma Casa, o governador Dante de Oliveira lamentava que o Produto Interno Bruto de Mato Grosso representava apenas 0,64% dentro do PIB brasileiro. Na época o valor era de R$ 6,5 bilhões. Dados do IBGE apontam que o PIB de Mato Grosso em 2008 foi de R$ 53 bilhões e representa 1,72% dentro do PIB nacional. As estimativas nos apontam que o PIB de 2010 terá sido de R$ 65 bilhões.

Prevê-se que na próxima década o Brasil responda por 50% das seis principais commodities alimentares consumidas pelo mundo. Isso significa dizer que nossas demandas futuras de produção serão incalculáveis e desafiadoras. Trabalharemos com números geometricamente crescentes aqui em Mato Grosso, em virtude da nossa vocação produtora daquelas commodities e da sua transformação industrial.

Preocupa-nos profundamente a infraestrutura de escoamento de toda a nossa produção. Isso nos demandará enorme e indispensável articulação com o governo federal, tanto diretamente como através da nossa bancada parlamentar federal, para alavancarmos soluções de curto prazo com resultados eficientes.

No âmbito interno, temos a consciência de que contaremos com a constante compreensão e comprometimento dos poderes constituídos, a começar da Assembléia Legislativa que votará as leis necessárias.

Conto ainda com o comprometimento e responsabilidade dos poderes Judiciário, do Ministério Público, do Tribunal de Contas do Estado, das instituições públicas com ação em Mato Grosso, a exemplo da Universidade Federal. Assim também as representações privadas como as federações e outros sistemas não-governamentais. Todos têm o dever cívico de atuarem conosco como co-responsáveis pelo bom andamento da nossa gestão.
Conto com o apoio dos senhores prefeitos dos 141 municípios, das câmaras de vereadores e das pessoas da sociedade.

Conto com o espírito crítico da imprensa mato-grossense, no seu nobre papel de fiscalizar a gestão pública e os comportamentos da sociedade, a bem da própria sociedade. É uma tarefa nobre e indispensável para servir de termômetro do comportamento do convívio coletivo.

Olho ao meu redor e vejo a atenção de todos os cidadãos de Mato Grosso.

O peso dessa responsabilidade sobre os meus ombros, pretendo dividir com os meus colaboradores diretos, os secretários de Estado e os dirigentes públicos que compõem o staff de governo. Todos vieram de escolhas partidárias entre os seus quadros mais qualificados, ou de critérios de escolha que primaram pela melhor competência técnica e senso de gestão.

Mas não posso pensar em sucesso na gestão, se não contar com o comprometimento dos servidores públicos. Eles são o braço avançado do governo na execução das atividades-fim do governo. De sua ação final, depende o andamento de todas as estratégias traçadas. Por fim, não seria este o momento nem o local para se traçar planos.

Mas, certamente, é o lugar de firmar posições para garantir à sociedade de que os votos que nos elegeram serão respeitados na integralidade de todos os habitantes de Mato Grosso.

Nossa missão será a de conduzir Mato Grosso na direção de avanços futuros que respondam aos anseios da população, e nos conduzam ao mundo de prosperidade que nos acenam as transformações econômicas, financeiras, políticas e sociais que estão acontecendo no mundo inteiro nos últimos três anos com tendência de mais se acelerarem.

Um governo humanista é também um governo aberto, solidário, comprometido e guardião dos sonhos de todos os mato-grossenses que confiaram em nós.

Seremos um governo de portas abertas aos anseios da sociedade mato-grossense.

Que Deus nos ilumine e guarde!

Muito obrigado.

Governador Silval Barbosa

 

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