O ex-governador Silval Barbosa também delatou, em depoimento na procuradoria geral da República, um dos seus principais aliados políticos, o ex-prefeito de Sinop Juarez Costa. Silval diz que, em 2008, na campanha para prefeito, emprestou para Juarez R$ 3 milhões porque ele estava "melhorando nas pesquisas e passou a ter condições de vencer o pleito o que gerou a necessidade de mais recursos para investir na campanha". Silval disse que emprestou dinheiro com Junior Mendonça (investigado na operação Ararath por empréstimos ilegais), Tegivan Luiz de Moraes e Wanderley Fachetti Torres, totalizando R$ 3 milhões e que "Juarez recebeu a quantia em espécie, cheques e provavelmente material gráfico" e o empréstimo foi "exclusivamente para a campanha eleitoral".
Na delação aos procuradores, Silval também afirma que Juarez "foi eleito e assumiu o compromisso de quitar essa dívida" e com a "inadimplência de Juarez Costa", o ex-governador e Tegivan "receberam dele uma área rural localizada em Sinop com 54 hectares; que na divisão dessa área rural Tegivan ficou com 25% e o restante" ficou com Silval (75%), "embora a área esteja registrada em nome de Tegivan". Silval aponta que a área tem valor aproximado de R$ 5 milhões e "tem interesse em registrar sua parte do imóvel em seu nome ou de seu irmão Antonio da Cunha Barbosa Filho pois pretende apresentá-la como forma de pagamento no bojo de sua colaboração" com a justiça.
Ainda no depoimento, Silval Barbosa relatou que o credor Wanderley Fachetti Torres, "como forma de pagamento recebeu de Juarez Costa uma área de no município de Sinop de 10 hectares não sabendo detalhar a localização da área". Silval acredita que "quando Juarez repassou os imóveis rurais mencionados tenha quitado toda a dívida; que as demais dívidas contraídas pelo declarante (Silval) para auxiliar na campanha de Juarez foram quitadas no final por meio do recurso obtido ou com empréstimo tomado perante o Banco Rural ou por João Carlos Simoni, tendo por avalita Wanderley Fachetti Torres ou com empréstimo tomado perante o Bic Banco por Wanderley".
O ex-governador também afirmou que, durante o mandato de Juarez, foi procurado pelo ex-prefeito que lhe pediu empréstimo de R$ 400 mil. Silval alegou que não tinha "recurso para emprestar mas disse a Juarez que o auxiliaria" e "foi até Junior Mendonça e pediu a ele que emprestasse a Juarez. Junior concordou em emprestar a quantia desde que Juarez emitisse um cheque e o declarante (Silval) ficasse como avalista da operação; que Juarez emitiu o cheque e entregou a Junior Mendonça tendo este o dever de repassar o montante ao então juiz eleitoral Eduardo Jacob (falecido)", que o declarante (Silval) sabe dizer que a dívida perante Junior Mendonça foi quitada por Juarez; que embora o declarante não saiba dizer o motivo que fez Juarez Costa repassar o dinheiro a um juiz eleitoral, o declarante foi somente avalista porque Juarez estava na prefeitura de Sinop e assumiu o compromisso de quitar o cheque junto a Junior Mendonça.
Outro lado
Só Notícias tentou mas não consegiu contato com a assessoria jurídica de Juarez Costa
Em instantes mais detalhes
Trechos do depoimento-delação de Silval