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Silval acusa Wilson Santos de tentar vender candidatura por R$ 10 milhões; secretário diz que ex-governador quer ‘inverter fatos’

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O ex-governador Silval Barbosa (PMDB) acusou, em sua delação, o secretário Estadual de Cidades Wilson Santos (PSDB) de tentar lhe vender a candidatura a governadorm em 2010, por R$ 10 milhões. As declarações foram feitas à procuradora da República Vanessa Zago, no último dia 18 de maio. Silval afirmou que havia três candidatos com potencial para vencer – ele, Wilson e Mauro Mendes (PSB), sendo que Wilson era o favorito no início da campanha.

Ainda de acordo com Silval, no final da campanha, em setembro, cresceu nas pesquisas de intenção de votos e a disputa passou a ser entre ele e Mauro Mendes. Wilson Santos caiu para terceiro nas pesquisas e que a coordenação de campanha do tucano manteve contato com Silval, e houve reunião onde Wilson pediu para conversar sozinho com Silval, segundo o delator. Na ocasião, teria perguntado se Silval gostaria de ganhar no primeiro turno ou correr o risco de ir para o segundo. Conforme a delação do ex-governador, Wilson lhe contou que Mauro Mendes estava procurando o apoio dele a fim de que o tucano além de apoiá-lo, também se virasse contra Silval Barbosa, “sendo mais ostensivo e agressivo”, aumentando as chances de Silval perder a eleição.

A atitude de Wilson estaria sendo negociada com Mauro por R$ 10 milhões, mas o tucano teria dito que estava dando preferência para Silval porque “para ele seria melhor politicamente, haja vista que no ano de 2008 ele havia sido adversário político de Mauro Mendes, contudo desde que lhe fosse entregue o mesmo montante”, diz trecho do termo de delação de Silval.

Na ocasião, Silval teria dito que não tinha como pagar aquele valor, que poderia chegar até R$ 5 milhões, mas nada ficou acordado e eles marcaram outra reunião para três dias depois. O ex-governador relata que no segundo encontro, Wilson  pediu novamente para conversar a sós com Silval, continuando a cobrar o valor de R$ 10 milhões, ao passo que Silval ofereceu R$ 7 milhões, mas novamente não chegaram a um acordo. Wilson apenas teria ficado de dar uma resposta posterior para Silval, o que acabou não ocorrendo.

Dias depois, o ex-governador percebeu que Wilson Santos passou a agredi-lo em entrevistas e debates que participava “muito mais do que o candidato Mauro Mendes, deduzindo com essas condutas, que ele, Wilson, havia firmado acordo com Mauro Mendes” para agir conforme havia relatado no primeiro encontro que teve com Silval no apartamento de Oswaldo Sobrinho.

Outro lado
Em nota, Wilson Santos rebateu as delações de Silval e disse que ele "é réu confesso em mais de 50 crimes contra o patrimônio do povo mato-grossense, tenta inverter os fatos. Foi ele que confessou perante o Ministério Público Federal (MPF) que cooptou o Deputado Guilherme Maluf, o meu vice de chapa – Dilcel Dal Bosco, o Júlio Campos, e outros. E nessa linha criminosa tentou me cooptar. Saliento que nunca, em momento algum da minha vida pública e privada e em todas as minhas campanhas eleitorais em Cuiabá e Mato Grosso, jamais recebi qualquer contribuição financeira ou política do Sr. Silval Barbosa. Aliás, ele próprio declara em sua delação ao Ministério Público Federal que não fez nenhum tipo de acordo comigo, financeiro nem político".

Já Osvaldo Sobrinho declarou que pode "ser que tenha havido a reunião em sua casa, mas nega que tenha participado da conversa entre Wilson Santos e Silval Barbosa. “Reunião deve ter existido, mas eu saber dessa conversa, eu nunca soube. Estou sabendo agora. O ex-governador deixa bem claro que eu não participei dessa conversa”, disse.  Questionado se não seria estranho o fato de dois adversários políticos se encontrarem para conversar a sós em plena campanha eleitoral, Osvaldo negou. “Na política isso não é estranho. Às vezes conversa pra botar rumo na campanha, às vezes a campanha está muito agressiva e não vai levar a nada, sempre os candidatos fazem isso”, explicou.

Ele também não soube dizer se a reunião teria mesmo ocorrido em sua casa porque, segundo ele, o local sempre é ponto de encontros com a classe política. “Eu não sei se foi na minha casa. Eu já fui coordenador de várias campanhas e não sei o que as pessoas conversam separadamente. Na minha frente, não conversaram sobre esse assunto. O Wilson toda semana está na minha casa, ele é meu amigo, a gente sempre conversa a todo tempo. Eu sempre tive relações com toda a classe política, eu não tenho inimigos, só tenho amigos na política. Agora, essa conversa eu não sei em que época em que momento eles conversaram isso. Silval já veio na minha casa vária vezes. Wilson Santos também vem. O político tem que estar aberto a conversa sempre. Eu não sou diferente, tenho 42 anos de vida pública, então converso na minha casa, converso na casa dos outros”, afirmou.

Mauro Mendes ainda não se manifestou sobre o assunto.

 

 

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