Foi criada nesta quarta-feira a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as operações realizadas entre a empresa JBS e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Também será objeto de investigação a delação premiada assinada entre os executivos da empresa, com destaque para Joesley Batista, e o Ministério Público Federal.
Foi esta delação que baseou a denúncia de corrupção passiva contra o presidente da República, Michel Temer, apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A denúncia não será analisada pela Justiça por decisão da Câmara dos Deputados, que não autorizou o processo contra Temer.
A comissão de inquérito terá 16 senadores e 16 deputados, com igual número de suplentes, e prazo de 120 dias para a investigação. Antes de iniciar as investigações, é preciso que a comissão seja instalada, com a eleição do presidente e designação do relator.
Autor do requerimento para criar o colegiado, o senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO) disse que deputados e senadores vão buscar transparência. “Precisamos levar a público as informações em relação a esses dois irmãos Batista”, disse o senador, em referência a Joesley e Wesley Batista, sócios da JBS.
O pedido de criação da CPMI destaca que o grupo JBS tem sido alvo de diversas ações da Polícia Federal e da Justiça, sendo também um dos maiores beneficiados de empréstimos do BNDES.
“Operações da Polícia Federal ocorridas a partir de 2016 têm revelado que parte desse crescimento da empresa se derivou de fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo BNDES à JBS”, diz o senador no requerimento de criação da CPMI.