A senadora Serys Marly (PT) já pensa em mudar o discurso sobre a participação dela como vice na chapa de Silval Barbosa (PMDB). Depois de negar por diversas vezes o convite do peemedebista, a petista afirma que está fazendo uma reflexão sobre a possibilidade e diz que até o dia 30 de junho, último dia para a realização das convenções, tudo será possível.
Serys, que defendia o apoio do PT à pré-candidatura do empresário Mauro Mendes (PSB) até o encontro dos delegados da sigla, disse que resolveu mudar a postura e ficar “quieta”. “Vou ficar quieta, na minha, pois não posso desobedecer a decisão do partido”. Disse que agora vai aguardar as definições atuando apenas como “observadora”.
Diante das divergências com o presidente estadual da sigla, Carlos Abicalil, a direção nacional do PT, sob José Eduardo Dutra, designou o deputado federal Antônio Palocci (PT-SP) para apaziguar a situação. Serys conta que teve uma conversa com Palocci e ele lhe aconselhou a não abandonar a política, conforme a senadora havia declarado logo que perdeu as prévias para Abicalil e ficou impedida de concorrer a reeleição.
Ela disse que, na reunião falou do “boicote” que sofreu nas prévias, pois, segundo ela, teria de ser a candidata nata do partido à reeleição, mas teve o direito “usurpado” pelo grupo de Abicalil que não abriu mão de disputar o cargo. A senadora viajou para Londres para participar de um encontro sobre mudanças climáticas e que só retornará na semana que vem.
Essa é a primeira vez que Serys demonstra serenidade após ser derrotada nas prévias. Até então ela vinha se mostrando irredutível, tanto que chegou a protocolar no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE) pedido de liminar pedindo a suspensão do processo de votação que escolheu Abicalil como o pré-candidato ao Senado. Por meio da defesa, ela argumentou que houve fraude em três municípios e que votos referentes a estes locais somariam a diferença de 300 votos necessários para que vencesse o adversário interno.
Além disso, o grupo pró-Serys ingressou com recurso no Diretório Nacional pedindo a anulação do encontro de delegados que definiu apoio à candidatura de Silval Barbosa candidaturas. A alegação é de que houve desrespeito às normas do encontro que exigiriam a regularização do pagamento da anuidade para ter direito ao voto.