Os vereadores membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), definiram que o servidor da Assembleia Legislativa, que foi responsável por enquadrar a câmera usada para gravar o então deputado estadual Emanuel Pinheiro recebendo maços de dinheiro e os colocando no paletó, será ouvido na próxima quarta-feira (7). A decisão foi tomada durante reunião da CPI, hoje.
O dinheiro seria propina para que ele apoiasse os projetos do executivo na época em que era deputado estadual, conforme a oitiva do ex-governador Silval Barbosa, no último dia 23.
Depois que os vídeos da delação foram divulgados, o servidor protocolou em cartório uma declaração em que dizia que o dinheiro pago a Emanuel não seria propina, mas pagamento de pesquisas eleitorais feitas pelo irmão do prefeito.
O servidor deveria ter sido ouvido no último dia 7, mas não compareceu à CPI, sob a alegação de estar em viagem. Como a defesa dele apresentou documentos informando que a viagem ocorreu em virtude de falecimento de um familiar – e ainda se colocou à disposição para o depoimento em nova data -, os vereadores não viram a necessidade de pedir a condução coercitiva do depoente.
“Queremos ouvir do servidor o que o motivou a fazer essa declaração, uma vez que ela contradiz as declarações dadas pelo ex-governador Silval e pelo chefe de gabinete Sílvio Corrêa”, disse o presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki (PSB), por meio da assessoria.
O servidor será o último depoente já convocado pela comissão. Já foram ouvidos o ex-governador Silval Barbosa, seu ex-chefe de gabinete, Silvio César Corrêa, e o ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia, Alan Zanatta.
Conforme o entendimento dos membros da CPI, somente depois que o servidor da Assembleia for ouvido é que serão analisados os requerimentos para novas oitivas.
Já foram protocolados pedidos para a convocações do ex-deputado José Geraldo Riva e de Cleber “Coxinha”, além da acareação entre Silvio Correa e Allan Zanatta. Também será analisado o pedido para convite dos deputados citados por Silval Barbosa na CPI, uma vez que os parlamentares possuem prerrogativa de foro.
“Diante do entendimento prévio entre os membros e da continuidade do trabalho da CPI, também vou acompanhar a deliberação do vereador Mario Nadaf referente às futuras oitivas, pois era um entendimento da comissão”, esclareceu Busiski.
Ao todo, a CPI tem 120 dias para conclusão. O prazo de encerramento dos trabalhos pode ser prorrogado mediante a solicitação da comissão. Assim que elaborado um relatório final, o documento deverá ser colocado para aprovação do plenário da Câmara de Vereadores.