quarta-feira, 29/maio/2024
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Serra pede ao PSDB garantias para concorrer

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O comando do PSDB se apressou ontem para minimizar o mal-estar provocado pelo indigesto jantar da noite de quinta-feira, quando a cúpula do partido deixou o governador Geraldo Alckmin numa churrascaria no Morumbi para se reunir com o prefeito de São Paulo, José Serra, num tradicional restaurante dos Jardins. No jantar, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de Minas, Aécio Neves, e o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), insistiram para que Serra se decida logo depois do Carnaval.

Serra teria se comprometido a dar sua resposta ainda na primeira quinzena de março. Segundo tucanos, o prefeito revelou apetite para a disputa. Mas, mostrando hesitação, teria condicionado qualquer gesto à garantia de que o partido não irá rachado para a campanha presidencial.

Além das dúvidas a respeito da renúncia, Serra alegou que uma disputa interna seria desgastante.

A decisão dependerá ainda da avaliação das pesquisas. Ontem, FHC, Aécio e Tasso se reuniram no Rio com o consultor Antônio Lavareda para análise de mais uma rodada quinzenal de pesquisas encomendadas pelo partido.

Na quinta-feira, os três deixaram a confraternização promovida numa churrascaria do Morumbi pela bancada do PSDB na Câmara por volta das 23h, negando qualquer encontro. “Vou para casa. É a idade”, afirmou FHC, enquanto Alckmin ocupava uma mesa periférica da churrascaria, onde o rodízio custa R$ 15,90.

Numa festa para 450 pessoas, foi o ex-ministro da Educação Paulo Renato Souza quem se sentou ao lado do governador.

Serra saiu logo depois. No restaurante Massimo, o quarteto consumiu espaguete com paleta de cordeiro, prato que custa R$ 86. O encontro foi regado a vinho. Foram servidas uma garrafa de Amarona Della Valpolicella, corte Santa Alda, safra 95, e um Gregoletto, safra 99, da cave Colli Trevigiani. O preço dos dois soma R$ 600. Tasso pagou a conta.

À saída, à 1h35, FHC não pestanejou ao responder onde estava o governador. “No Palácio.” Em menos de cinco minutos, o grupo apresentou três diferentes explicações para a ausência. “Ele disse que tinha de levantar cedo amanhã”, afirmou FHC. “Marcamos um jantar com ele na terça-feira”, emendou Aécio Neves.

Logo depois, FHC alegou que a intenção do comando partidário era se encontrar com Alckmin na véspera. Mas o jantar teria sido cancelado porque o governador tinha viagem a Santa Catarina. “Diz aí que convidei ele ontem. Conta tudo. Que o Geraldo não pôde ontem”, insistiu FHC, descartando que aquele tivesse sido um jantar em apoio a Serra.”Imagine… E o jantar de ontem era de apoio ao Geraldo? Não era. É conversa. Política é conversa.”

Ontem, no PSDB, prevaleceu a versão de que Alckmin recusara o convite da véspera. Embora admita não ter sido convidado, ele disse que não se sentiu preterido. “Conversar é sempre positivo, conversa com um, conversa com outro, conversa com os dois, nenhum problema, isso é normal.”

Posse

Alckmin participou ontem, com Serra, da posse do urologista Miguel Srougi como professor titular da Faculdade de Medicina da USP. Estavam lá o vice-presidente José Alencar (PRB), o senador baiano Antônio Carlos Magalhães (PFL), além de outros governadores e parlamentares.
Estudantes da USP protestaram contra Alckmin durante a cerimônia. Eles reclamavam do veto do governador ao aumento de um ponto percentual nas verbas destinadas à educação neste ano.

Alckmin reproduziu a versão de que jantaria com a cúpula do PSDB na última quarta-feira, mas o encontro foi adiado. A reunião acontecerá na semana que vem.

Serra negou que o encontro tenha sido feito propositadamente sem conhecimento de Alckmin. “Se alguém quisesse fazer uma reunião secreta não iria a um restaurante conhecido.”

A despeito da disputa tucana, Alencar disse que tem “segurança” que Lula será reeleito.

Antes de ir embora, FHC disse que o jantar era uma comemoração da eleição do líder do PSDB na Câmara. Como o eleito, Jutahy Magalhães (BA), não estava, justificou: “O amor é tanto que a gente comemora até na ausência”.

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