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Senadora Selma confirma que vai se filiar ao Podemos, critica PSL e compara Bolsonaro a ‘trem perdido’

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A senadora mato-grossense Selma Arruda confirmou, ao jornal O Estado de São Paulo, que está saindo do PSL, e que na quarta-feira da próxima semana vai se filiar ao Podemos. Ela foi convidada, há poucos dias, pelo deputado federal e ex-senador Jose Medeiros.

Ela disse que sua saída do partido do PSL ocorre por “coisas graves” e que o “PSL é um partido que me incomoda, não apenas pela falta de solidariedade em relação a todo esse processo que eu estou enfrentando [de cassação do mandato], mas também em relação a essas pressões de membros do partido para tirar a assinatura do pedido de CPI da Lava Toga. Não tenho mais jeito de permanecer nesse ambiente.” Ela confirmou que o senador Flavio Bolsonaro a pressionou para retirar a assinatura da CPI que deve ser criada para investigar membros do judiciário. Ela disse que não foi uma conversa amigável e que preferia não entrar em detalhes.

Ainda na entrevista exclusiva ao jornalista Luiz Maklouf Carvalho, do Estadão, Selma diz que o PSL “não tem uma consistência ideológica própria. Não tem um formato de partido. Não é um lugar que tu encontres uma ideologia que não seja mero repeteco de algumas frases prontas. Tudo é culpa da esquerda. Todo mundo é comunista. Eu não dou conta disso. Não tem uma liderança. Não tem envolvimento nem sequer do próprio presidente da República. Ele não consegue se envolver com a gente.”

Na campanha, Selma se intitulava a ‘senadora de Bolsonaro’ e foi a mais votada. Agora, disse que não é Bolsonaro até embaixo d’água, que não é seguidora incondicional e que diverge do presidente em vários temas como casamento homossexual.  Ela também expôs que em uma audiência no Palácio do Planalto, no início do mandato, e perguntou sobre orientação quanto ao apoio ao governo. Selma disse que Bolsonaro respondeu que deveria votar de acordo com sua orientação e consciência. A senadora então criticou o presidente. “Sabe um trem perdido ?  é desse jeito. E além disso essa atuação por baixo dos panos para minar a CPI da Lava Toga”.

Ela estava no PSL há cerca de um ano – logo após ter se aposentado do cargo de juíza estadual. Disputou a primeira eleição, foi a campeã de votos (mais de 678 mil). No primeiro semestre, teve seu diploma eleitoral cassado por abuso de poder econômico e caixa 2 na campanha. O TRE decidiu por nova eleição para o lugar dela, mas a corte a manteve no cargo até todos os recursos em instâncias superiores sejam julgados. Ela recorrer ao TSE  e a procuradora geral da República, Raquel Dodge, manifestou parecer rejeitando defesa de Selma e mantendo o posicionamento do MPF de Mato Grosso pela cassação.

Com a ida de Selma ao Podemos, que tem como um dos principais líderes o senador Alvaro Dias (PR), o partido passa a ter 11 senadores, dois a menos que o MDB (maior bancada).

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