Em pronunciamento, ontem à noite, o senador Pedro Taques (PDT) disse que é preciso questionar se há como evitar um vexame internacional na Copa do Mundo de 2014. O senador se referia aos atrasos nas obras de Mato Grosso, que vêm sendo denunciados por ele há vários meses. O pedetista citou o novo relatório do Tribunal de Contas do Estado (TCE), divulgado na semana passa, que mostra atraso em 19 empreendimentos.
“A Copa do Mundo não será adiada. A Copa do Mundo tem data. Não podemos permitir que erros de gestão aumentem os custos das obras e o pior, que os atrasos façam com que determinadas intervenções milionárias fiquem inacabadas”, alertou o senador.
O relatório do TCE aponta que, dos 26 projetos analisados pelo tribunal, oito apresentaram atraso de até dois meses, sete estão com atrasos entre dois e seis meses e quatro têm atraso superior a seis meses. O parlamentar lamentou que os problemas incluem falta de planejamento e de projetos e deficiência de fiscalização nas obras e nos contratos.
“Mas esse é um problema que todos nós já esperávamos, já que somente no ano passado é que todos os projetos começaram a sair do papel. Isso sem contar com aqueles que foram enterrados como o teleférico de Chapada dos Guimarães e as obras voltadas à segurança pública”.
Segundo o TCE, o ritmo precisa ser intensificado, sob pena de as obras não ficarem prontas a tempo. Ainda que fiquem prontas antes da Copa, muitas obras tiveram aumento de custos, disse o senador, o que significa menos dinheiro para áreas como educação, saúde e infraestrutura. “A Copa significa legado e esse legado não pode ser só o endividamento do Estado”, completou Pedro Taques, que lembrou, ainda, os transtornos enfrentados pela população com a demora nas obras.
Em aparte, o senador Jayme Campos (DEM) elogiou o pronunciamento, criticou a precariedade na condução das obras e apontou a falta de prestação de contas. Para ele, as obras em Mato Grosso têm andado “a passo de cágado”. “O governo não planejou coisíssima alguma, tocando a obra como se fosse obrinha de cidades pequenas ou de distritos de algumas cidades do Mato Grosso”.
No mesmo pronunciamento, o senador Pedro Taques voltou a cobrar do governo a resolução do impasse com os servidores da rede estadual de ensino, em greve há um mês.