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Senador mato-grossense critica decisão da Petrobrás colocando ‘em risco soberania nacional’

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Só Notícias (foto: Só Notícias/Diego Oliveira/arquivo)

O senador Wellington Fagundes (PR) disse, hoje, que decisão da Petrobras de ‘hibernação’ das Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados, localizadas em Sergipe (Fafen-SE) e na Bahia (Fafen-BA), como parte do ‘plano de desinvestimentos’ na área de fertilizantes, anunciada no ano passado, trará graves consequências ao Brasil, com efeitos diretos sobre a economia e também frente a soberania nacional.  Em ofício endereçado à ministra Teresa Cristina Corrêa da Costa Dias, da Agricultura, ele aponta que as duas unidades são responsáveis pela produção nacional de ureia, produto destinado a alimentação animal. Tratam-se de insumos considerados essenciais à produção pecuária e largamente utilizado no campo. A Fafen da Bahia interrompeu a produção no último dia 4. Para o final do mês está previsto o encerramento das atividades da fábrica de Sergipe. Com isso, o Brasil passará a ser 100% dependente da importação.

A Petrobras alega perdas com a manutenção das duas fábricas. A estatal anunciou resultado negativo de cerca de R$ 600 milhões no ano de 2017. Porém, Fagundes defende que a produção de ureia precisa ser tratada do ponto de vista da segurança nacional, já que envolve um dos setores essenciais ao país.

A pecuária nacional responde “por uma imensa colaboração ao PIB nacional”. Dados do relatório anual da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) apontam para negócios na ordem de R$ 483,5 bilhões que poderão ser duramente penalizados a partir da decisão da Petrobras.

Mato Grosso tem o maior rebanho bovino do país e será um dos estados mais prejudicados com a decisão da Petrobras com a fase de desinvestimentos no setor. O estado detém 30,2 milhões de cabeças de gado e responde por 13,8% da produção nacional de carne. É considerado referência mundial na produção, fruto da interação entre nível tecnológico empregado pelos pecuaristas, melhoramento genético, clima, relevo e integração lavoura pecuária.

Wellington ressaltou no documento à ministra que defendeu no Senado, durante audiência pública na Comissão de Agricultura, em abril do ano passado, a produção de ureia pecuária no Brasil, para manter o padrão de qualidade da carne produzida e para facilitar o acesso dos produtores rurais aos fertilizantes nacionais. “A proteína animal é de extrema importância para a balança comercial do país, sendo uma questão de estratégia e soberania nacional manter os insumos necessários para a manutenção da qualidade”, afirmou, através da assessoria.

A Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram), segundo ele, vem advertindo para a necessidade da criação de uma cadeia de fornecedores locais e de agregação de valor ao País, já que a agricultura e pecuária brasileira estão entre as mais competitivas do mundo. Segundo a Asbram, o fechamento dessas fábricas no Brasil prejudicará os produtores, por não terem experiência em compras internacionais, principalmente os pequenos e médios, o que os torna vulneráveis às flutuações do câmbio e dos preços no mercado internacional, podendo, até mesmo, levar a um desabastecimento em determinados momentos.

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